Diversas afecções orais podem acometer a espécie canina e felina, causando comprometimentos locais e sistêmicos. Assim, o objetivo do presente trabalho foi realizar estudo retrospectivo de 385 casos atendidos no setor cirúrgico de Odontologia de Pequenos Animais da Universidade de Franca, enfatizando os de fístulas infraorbitárias, fraturas dentárias e ósseas e neoplasias e, ademais, relacioná-los com a resenha dos pacientes (sexo, espécie, idade e raça) e tipo de alimentação. Os resultados foram expressos em percentuais. Das 385 fichas odontológicas, 30 pacientes foram diagnosticados com fístulas infraorbitárias (7,8%), 25 com fraturas dentárias (6,5%), 26 com fraturas ósseas (6,8%) e 28 com neoplasias (7,3%). Conforme descrito na literatura científica, não houve diferença significativa quanto ao gênero dos acometidos por todas as afecções orais. A espécie canina foi a mais afetada e a maioria dos pacientes era adultos a idosos. Os sem raça definida e os Poodles foram os mais acometidos. Quanto ao tipo de alimentação fornecida, a maioria era ração comercial; em contrapartida, grande parte oferecia ração comercial acrescida de comida caseira, o que pode predispor e agravar algumas enfermidades orais. Perante a metodologia preconizada e os dados obtidos, pode-se inferir que as fístulas infraorbitárias, fraturas dentárias, fraturas ósseas e neoplasias são comumente diagnosticadas em animais de companhia, principalmente em cães idosos e pequenos, podendo gerar danos locais e sistêmicos. A alimentação errônea pode predispor enfermidades orais; assim a divulgação aos tutores quanto aos cuidados odontológicos pode melhorar a qualidade de vida e sobrevida dos cães e gatos.