Lapa: da Sociabilidade na Cidade para a Sociabilidade da Cidade

Abstract

Desde meados da década de 1990, a área que abrange o atual bairro da Lapa tem se configurado como uma área de forte atratividade para o lazer noturno na cidade do Rio de Janeiro. Nos fins de semana, à noite, milhares de pessoas, provenientes dos mais variados pontos da cidade, do estado, do país e do mundo se reúnem nesta pequena porção da zona periférica do centro da cidade, produzindo um grande espetáculo da vida pública. Suas ruas, praças, bares, boates, casas de show e depósitos de bebidas se transformaram em um dos mais disputados pontos de encontro noturno desta cidade ou, por outras palavras, conforme sugere o vocabulário geográfico, um lugar central para a sociabilidade noturna.

Através dos Arcos, Soldam-se os Elos:

“…Segundo determinados autores, como Souza (2015), Bertoly (2011) e Caruso (2015), a Lapa teve seu apogeu naqueles anos 1920-1930, quando se consagraram as concepções arquetípicas da malandragem e do "pelintra carioca". Todavia, estes mesmos autores alegam que, naquele contexto já havia indícios de "decadência" e "degradação", com substituição do uso imobiliário unifamiliar de casarões da elite e remediados pelo encortiçamento da plebe pelintra e malandra.…”

Nos caminhos e ritmos das Lapas (Rio de Janeiro/RJ)

“…Uma gama de estudos urbanos que apreendem a Lapa como campo de investigação destaca uma atmosfera composta pela multiplicidade, sobreposições e diversos sentidos atribuídos a essa região. Investigações nos campos da Geografia Cultural, História, Comunicação, Antropologia, Planejamento Urbano, Arquitetura e Urbanismo percorrem justamente as transformações ocorridas tanto em sua estrutura física ao longo do tempo, quanto no que diz respeito às dinâmicas do cotidiano por suas distintas práticas, temporalidades e espacialidades (SILVA, 1993;CASCO, 2007;HERSCHMANN, 2007;BARTOLY, 2011;GUTERMAN, 2012;FAZZIONI, 2014;SOUZA, 2015;CARUSO, 2016).…”