Resumo: Pretende-se, neste ensaio, refletir a respeito de alguns dos aspectos envolvidos no processo de aprendizagem na Umbanda e na Antropologia, tomando como foco de atenção as experiências vivenciadas pelo próprio autor durante seu trabalho de campo em um terreiro umbandista. Ao longo dessa imersão, pensada nos termos de uma educação da atenção, alguns acontecimentos serviram para demonstrar a completa impossibilidade de se estabelecer qualquer espécie de dissociação entre certas categorias centrais na conformação de uma “epistemologia ocidental”, bem como da própria prática antropológica. Constatou-se, a partir disso, que saber e sentir, ser e conhecer, participar e observar, ação e percepção, teoria e prática, afeto e cognição não só estão intrinsecamente relacionados, como são partes constitutivas da aprendizagem humana.