Introdução: A disfunção diastólica do ventrículo esquerdo (DDVE) pode levar a insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada. O ecocardiograma, em especial o Doppler tecidual, é o principal exame utilizado. A clínica geralmente cursa com dispneia, avaliada pela escala modified Medical Research Council (mMRC). Entretanto, existem poucos estudos que investiguem qual é a associação entre o sintoma e a disfunção. Objetivo: Avaliar se a queixa de dispneia se associa com a progressão da DDVE e se há relação entre mMRC e os graus de DDVE. Métodos: Estudo caso-controle e transversal, com 60 participantes, com avaliação clínica (mMRC) e ecocardiográfica (parâmetros bidimensionais, Doppler espectral e tecidual). Dentre os participantes avaliados, 49 configuraram o grupo caso (DDVE com dispneia) e 11 o grupo controle (DDVE sem dispneia). Foram excluídos participantes com comorbidades ou outras alterações ecocardiográficas relacionadas à dispneia. Resultados: A média de idade foi de 61,7 anos (± 7,9), sendo 72% mulheres. Do total, 82% dos participantes apresentaram dispneia. Destes, 82% apresentaram DDVE grau I. Todos apresentaram função ventricular sistólica preservada. A presença de dispneia se associou com o grau de DDVE (p = 0,04), relação que não se observou com a intensidade do sintoma (p = 0,72). Conclusão: Houve associação entre a presença de dispneia e grau de DDVE, porém não houve relação entre a progressão da dispneia e a evolução da DDVE. O aumento do átrio esquerdo e a presença de doença arterial coronariana foram associadas com graus mais avançados de DDVE.