Syagrus coronata (Mart.) Beccari é uma palmeira presente em alguns biomas nacionais e possui grande importância cultural, socioeconômica e ecológica. As amêndoas comestíveis são ricas em óleo fixo que pode ser aproveitado tecnologicamente, dada a hipótese de que a sua composição química possua compostos ativos úteis para os setores farmacêutico, cosmético, alimentício, ornamental e forrageiro. O objetivo deste trabalho foi caracterizar o perfil químico de ácidos graxos por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas, as atividades antioxidante com o reagente DPPH (2,2-difenil-1-picril-hidrazil), de inibição da acetilcolinesterase (método colorimétrico de Ellman) e antifúngica [(Candida albicans ATCC 10231; Candida glabrata (Taniwaki, M.H.) CCT 0728; Candida krusei (FTI) CCT 1517; e Candida guilliermondii (CCT) 1890], bem como a toxicidade aguda in vitro (Artemia salina, Daphnia magna e citotoxicidade empregando fibrosblastos murinos – L929) do óleo fixo extraído da amêndoa de Syagrus coronata adquirido de uma cooperativa nacional. A análise cromatográfica revelou o ácido láurico como composto majoritário (44,61%). A ação antioxidante não foi dose-dependente e na maior concentração testada (250 µg mL-1), a inibição foi de 12,4%. O óleo de licuri promoveu inibição da acetilcolinesterase de 29,4% e CI50 = 3,5 ± 0,2 mg mL-1 e exibiu efeito fungicida para três das quatro espécies analisadas (concentração fungicida mínima = 1.250 µg mL-1 para C. albicans e C. glabrata e 2.500 µg mL-1 para C. krusei). O óleo não demonstrou ser tóxico para os organismos-modelo (dose letal 50% =1.082,12 ± 1,36 µg mL-1 e 101,32 mg mL-1 para Artemia salina e Daphnia magna, respectivamente) e nem alterou a viabilidade dos fibroblastos murinos (L929) nas condições analíticas. Os dados revelam a segurança e a eficácia deste óleo e demonstram a possibilidade de maior e melhor aproveitamento sustentável desta espécie vegetal.