Este artigo sublinha, em primeiro lugar, as divisões historiográficas que conduziram alguns pesquisadores a abordar a espiritualidade e a liturgia das ordens militares sem mesmo suspeitar da riqueza das imagens atestas nos espaços das comendadorias. Por seu lado, certos estudos conduzidos pelos historiadores da arte sobre os conjuntos pictóricos conservados nas capelas conventuais ignoravam largamente o contexto histórico e as características do monasticismo militar. À escala da França atual, se propõe a seguir um balanço, necessariamente provisório, do corpus iconográfico, atestado entre o século XII e o início do XIV, para as igrejas do Templo e do Hospital. O inventário dos lugares de imagens conservados não apenas é provisório, mas assaz pouco significativo, pois ele reflete, sobretudo, o estado da pesquisa -que tende mais a privilegiar o Templo -e que novas descobertas podem sempre aumentar o corpus conhecido. De um ponto de vista cronológico, se resta traços relativamente esparsos das decorações ornamentais da segunda metade do século XIII, um número não negligenciável de decorações figuradas conservadas se concentra no último terço do século XIII. Estes lugares de imagens têm apresentado especificidades ligadas à originalidade da vida regular que era seguida no seio das comendadorias? Em outros termos, as ordens militares foram portadoras de uma cultura visual ou de um pensamento figurativo próprios?Palavras Chave: Ordens Militares; pinturas murais; espiritualidade; iconografia; França
AbstractThe articles points out the historiographical partitionings which have led scholars to deal with spirituality and liturgy of the military orders without even suspecting the rich visual background of the commanderies. On their side, most of Art historians have studied the paintings of the conventual chapels without considering their historical background and, above all, the deep originality of military monasticism. It is possible then to offer an assessment, necessarily temporary, on the iconographic corpus preserved for the Templars and the Hospitallers in current France. The inventory of the painted images which have been preserved is not only provisory; it is not entirely significant as it is mostly reflecting the state of researches and as new findings can always enlarge the known material. From a chronological perspective, some scattered traces of ornamental decorations are remaining from the second half of the twelfth century, but most of the figurative images can be assigned to the last decades of the thirteenth century. Are these lieux d'images (using a french concept) revealing specificities which could be linked to the peculiar regular life which was followed in the commanderies? In other words, was the visual culture or the figurative thought of the military orders somehow distinctive?