Este é uma homenagem a Pedro Agostinho da Silva realizando um memento da sua Antropologia. Convivi longamente com ele, inclusive em trabalho de campo. Pedro é um pioneiro da Antropologia, a politicidade sendo fundadora dela. Em seu clássico sobre o Kwarìp, ritual funerário xinguano, a chave de entendimento está na dialética entre o mito e o rito – a dança aí tendo interesse estratégico – e na equação temporal de longa duração do rito. Além de etnógrafo brilhante, Pedro fundou e dirigiu instituições importantes, entre elas, estão o Centro Brasileiro de Estudos Indígenas, em Brasília, o Museu de Antropologia e Etnologia da Universidade Federal da Bahia e o Programa Povos Indígenas do Nordeste Brasileiro, também da UFBA. Participou da criação da Seção da Bahia da Associação Nacional de Ação Indigenista (ANAÍ). Juntamente com um grupo ilustre de colegas latino-americanos, foi, em 1971, um dos participantes da célebre Declaração de Barbados.