Este artigo visa contribuir para o adensamento da compreensão, no âmbito do ciberespaço e da cibercultura, do fenômeno da superposição interseccional de marcadores sociais da diferença – concentrando-se especialmente na condição individual e social da raça – na conformação das vulnerabilidades digitais e das violências materiais e simbólicas delas decorrentes. Metodologicamente, adota-se a pesquisa bibliográfica com foco na análise crítica de obras e autores(as) que vêm, desde a década de 1990, discutindo o estabelecimento das conexões desses indicadores. Conclui-se por observar as abordagens interseccionais no entendimento dos abismos digitais que corroboram as representações de pessoas e coletivos negros, apontando para a necessidades e urgências das lutas em prol da superação da desumanização, do silenciamento, do não reconhecimento e do sofrimento social impostos aos sujeitos estigmatizados.