RESUMOO objetivo deste estudo foi investigar a prevalência de lesões orais potencialmente malignas em pescadores e fatores associados. Participaram do estudo 65 pescadores de ambos os sexos, maiores de 18 anos. Os voluntários foram avaliados em 2022, clinicamente em cadeiras convencionais, com boa fonte de iluminação, com auxílio de espátulas de madeira, gazes para afastar as estruturas anatômicas e em seguida responderam a um questionário sociodemográfico e de saúde. Após esta etapa, participaram de palestras educativas sobre câncer bucal, abordando definição, desenvolvimento, fatores etiológicos, aspectos preventivos da doença, importância da visita periódica ao cirurgião-dentista. Observou-se a prevalência de 18,5% de lesões orais, sendo a maioria localizada nos lábios (57,2%) e na boca (35,7%). A prevalência de lesões orais entre os pescadores que utilizam medicamentos de rotina foi de 28,0% e entre aqueles que não utilizam a prevalência foi de 12,5%. Os pescadores com casos de câncer na família a prevalência de lesões orais foi de 26,7%, já entre os demais, de 11,4%. Lesões traumáticas representaram 12,3%. Não houve associação significativa das lesões orais investigadas com as variáveis do estudo, porém a prevalência de lesões em tabagistas foi de (30,0%), para o uso de álcool (18,9%) e o uso de drogas ilícitas (33,3%). Apesar de não ter sido encontrada associação significativa entre a presença de lesões orais e as variáveis estudadas, o estudo destaca a importância do diagnóstico precoce de alterações labiais em pescadores devido à sua exposição ao sol, que os coloca em risco para o desenvolvimento de lesões potencialmente malignas.