Apresentaremos, neste texto, resultados de um inquérito por questionário a nível nacional, feito junto de alunos dos anos terminais de cada ciclo da escolaridade básica em Portugal, sobre as suas práticas de escrita na escola e fora da escola. Para se perceber a pertinência investigativa e pedagógico-didática destes dados, traçaremos, primeiro, uma breve apresentação do grupo responsável e da sua atuação – “ProTextos: Ensino e Aprendizagem da Escrita de Textos” –, relevante esta para o ensino da escrita em Português e em várias outras disciplinas.
A atividade do grupo ProTextos – em todos os ciclos do Ensino Básico (EB), no Ensino Secundário e Superior – inscreve-se no campo da Didática da Escrita (DE) de Português Língua Materna (PLM) e Português Língua Não Materna (PLNM). Afiliando-se com os princípios do Interacionismo Sociodiscursivo (Bronckart, 1996), o grupo move-se em diferentes espaços institucionais e concilia abordagens teóricas pluridisciplinares coerentes com a complexidade da escrita (Adam, 2008; Coutinho, 2005), nomeadamente com os seus aspetos sociais, processuais e pessoais (Cardoso & Pereira, 2015a). Assim sendo, focamo-nos no desenvolvimento longitudinal dos sujeitos na produção escrita e, como tal, implementamos intervenções em sala de aula, norteadas por práticas de formação e/ou investigação conducentes a um ensino promotor dessa progressão e que considere: i) géneros textuais escolares e não escolares (Pereira, 2014; Schneuwly & Dolz, 2004); ii) modelos cognitivos de (re)escrita e revisão textual (Chanquoy, 2009; Pereira & Barbeiro, 2010); iii) a relação dos sujeitos com a escrita (Barré-De Miniac, 2008; Cardoso, 2009).