O povo brasileiro assistiu bestializado ao alvorecer da República, para José Murilo de Carvalho. Esperou-se que o governo incluísse socialmente os antigos cativos como cidadãos, todavia o abandono tornou-se uma realidade desses indivíduos, que, mesmo após a Abolição, não se constituíram como grupo coeso em termos de identidade, segundo Florestan Fernandes. Esta reflexão pretende fazer alguns apontamentos sobre a identidade e a exclusão social do negro na Primeira República. Metodologicamente, empregaram-se pesquisa bibliográfica e análise documental. Alguns textos literários de Machado de Assis foram estudados à luz do Pensamento Social Brasileiro sobre o contexto histórico pós-escravista. Acredita-se, enfim, que os escritos machadianos, fonte de memória, podem descrever o cotidiano dezenovesco, quando o escravo se tornou um liberto e, por conseguinte, um abandonado pela sociedade classista e pelo Estado Nacional.