; João Evangelista Neto -ACBC-PE 3 RESUMO: Objetivo: Estudar, a curto e médio prazos, o resultado e complicações da coledocoduodenostomia (CDD) realizada por via laparoscópica. Método: Estudo prospectivo de 20 pacientes com indicação de coledocoduodenostomia vídeo-laparoscópica operados na DIGEST no período de 1991 a 2003. Resultados: Dos 20 pacientes com indicação para CDD laparoscópica, quatro tinham coledocolitíase associada à litíase vesicular, oito litíase residual de colédoco, dois estenose benigna e seis tumor periampolar. Houve duas conversões para ressecção de colédoco. Dentre as 18 CDD, todos tinham via biliar acima de 1,5 cm de diâmetro. Foi observado vazamento biliar pelo dreno cavitário em quatro casos (duração máxima de quatro dias) resolvidos espontaneamente, uma infecção de ferida e uma morte súbita no 2º. dia de pós-operatório. Os seis portadores de tumor periampolar tiveram sobrevida média de 7,2 meses evoluindo sem prurido ou icterícia até o óbito. Conclusões: Além da demonstração da viabilidade do método laparoscópico na realização da CDD, evidenciou-se que o posicionamento de trocarte adicional facilita a confecção da anastomose. Acredita-se que, a ocorrência de vazamento da anastomose possa diminuir com a experiência e que a CDD seja alternativa interessante na paliação dos tumores periampolares (Rev. Col. Bras. Cir. 2004; 31(6): 355-358).Descritores: Laparoscopia; Coledocostomia; Icterícia obstrutiva; Coledocolitíase; Neoplasias do ducto biliar comum; Complicações pós-operatórias.
INTRODUÇÃOExistem indicações clássicas para a realização da coledocoduodenostomia (CDD) 1,2 e outras controversas, como na paliação da icterícia provocada por tumores da confluência bilio-pancreato-duodenal (CBPD) ou periampolares. Esta situação, considerada por alguns como indicação, 1 e por outros como contra-indicação. 3 A via biliar principal (VBP) dilatada, especialmente acima dos 2cm, necessita de drenagem interna, e a CDD vem ganhando a preferência internacional pela sua fácil execução e por permitir exploração endoscópica posterior, quando necessário.
4A CDD foi realizada pela primeira vez por Riedel em 1888 (por via aberta), tendo a paciente falecido nove horas depois, por conta de vazamento da anastomose e com litíase residual de colédoco.1 Em 1890 Sprengel publicou a primeira CDD com êxito.2 Em 1970, Madden fez uma publicação com um número substancial (1.255 casos) de anastomose coledocoduodenal por via aberta com um índice de 0,4% de colangite e 8% de mortalidade.3 Segundo Jeypalan, a primeira CDD por laparoscopia foi realizada por Franklin em 1991, para tratamento de uma estenose benigna recorrente.5 O primeiro trabalho sobre a realização deste procedimento na literatura internacional, no entanto, foi de Rhodes, 6 em 1996, embora haja publicação nacional anterior de Tinoco referindo realização deste mesmo procedimento em dois casos.7 A publicação internacional com maior número de casos, até o momento, é do próprio Tinoco, quando em 1999 analisou 25 CDD por laparoscopia, 8 sendo seis casos para palia...