Resumo: Este artigo apresenta uma avaliação comparativa de fadiga muscular a fim de encontrar um consenso para a definição do momento de sua ocorrência e um protocolo que relacione diferentes medições. Foram realizados dois protocolos, Contínuo e Discreto, com cada um dos membros inferiores dos voluntários para que a condição de fadiga fosse atingida. Ambos os testes foram comparados por meio das medições de torque e eletromiografia (EMG). A medição do torque foi realizada pelo o Biodex System 4 Pro e a coleta da EMG foi realizada pelo EMG_800C com eletrodos Ag/AgCl de superfície não invasivos na configuração bipolar. Foram calculadas as integrais dos dados de torque e do EMG, a integral quadrática e o valor RMS do EMG. Foi verificada semelhança estatística entre os protocolos para a integral do torque, e as integrais simples e quadrática da EMG. O RMS não apresentou semelhança estatística, porém as curvas se interceptaram no momento da fadiga. Com uma análise subjetiva é observado que as formas de curva das integrais do torque e da EMG ou não apresentam diferença estatística significativa.
Palavras
IntroduçãoA fadiga muscular é causada pelo esforço extremo e repetitivo dos músculos. Como não existe um consenso sobre a sua definição, como é mencionado em [1], neste artigo, foi considerado estado de fadiga qualquer redução na capacidade do sistema neuromuscular de gerar força. Neste contexto, a ocorrência da fadiga é corriqueira, principalmente, em esportes de alta resistência, e depende do nível de treinamento, mas também pode acontecer com pessoas comuns realizando atividades cotidianas [2]. Na prática de esportes, em particular, a presença de fadiga tem sido relacionada à ocorrência lesões musculoesqueléticas de quaisquer intensidades, impedindo o treino e/ou a participação do atleta nas competições [3]. Assim, a falta de padronização para a detecção da fadiga muscular influencia diretamente a capacidade de avaliação dos treinadores, o que pode fazer com que o atleta desempenhe sua atividade em um limite prejudicial, como discutido em [3,4].Desse modo, a medição e o estabelecimento de parâmetros que indiquem a ocorrência da fadiga muscular faz-se necessária para fornecer ao profissional de saúde maiores informações em relação ao estado muscular do indivíduo [5]. Assim, tanto as situações de risco quanto os momentos ideais para execução de exercícios de reabilitação e fortalecimento muscular podem ser identificadas de forma mais objetiva.As principais técnicas utilizadas para medição da fadiga muscular são a mecanomiografia, a eletromiografia (EMG) e a avaliação do decaimento do torque ou da força [4]. A eletromiografia permite a observação da ativação muscular na contração para detecção do estado de fadiga [4]. A avaliação do decaimento do torque ou da força é realizada com o uso de dinamômetros. Experimentos como esse são realizados em [5] e [6] utilizando o sistema Biodex. No entanto, a literatura atual não apresenta trabalhos relevantes que comparem o efeito da fadiga ao comportamento desses parâmetros.Ess...