RESUMO Objetivo Investigar, em escolares das séries iniciais do ensino fundamental (EF), efeitos do bilinguismo na velocidade e precisão do acesso ao léxico mental, conforme o tempo de exposição ao segundo idioma. Métodos Participaram 83 crianças entre 6 e 8 anos de idade, matriculadas nos dois primeiros anos do EF de escolas particulares, uma bilíngue (Português/Inglês), outra monolíngue (Português), com currículos pareados. Os professores indicaram os participantes que não apresentavam problemas sensoriais, motores, neurológicos, ou psiquiátricos. Todos tinham, como língua materna, o Português Brasileiro. Foram agrupados por escola e ano escolar (1o e 2o). Constituíram-se dois grupos: Grupo Bilíngue - GB - 43 escolares (53,3% meninas) com, pelo menos, dois anos de exposição ao Inglês, média de idade = 6,6 e Grupo Monolíngue – GM - 40 escolares (46,7% meninas), média de idade = 6,9. Foram avaliados em prova de nomeação rápida de objetos, quanto à velocidade e precisão de acesso ao léxico mental. O GB foi avaliado em Português e Inglês (um mês de intervalo) e o GM, em Português. As distribuições foram comparadas pelo teste Qui-quadrado e as médias corrigidas pelo teste de Bonferroni (nível de significância fixado em p<0,05). As comparações entre GB e GM foram feitas por análise de variância. Resultados As amostras pareadas apresentaram, nas condições de nomeação rápida (Português ou Inglês), efeito geral para grupo e ano escolar, quanto à velocidade e precisão. A ANOVA mostrou melhor desempenho em tempo do GM, somente na comparação com GB, em Inglês. Conclusão A exposição ao Inglês não interferiu na velocidade ou precisão de nomeação em Português, no GB. A progressão escolar influenciou positivamente os grupos.