A ovinocultura tem demostrado um papel de destaque no setor agropecuário brasileiro nas duas últimas décadas. Contudo, o crescimento da população, o aumento da demanda de produtos alimentares e o sistema econômico atual, têm forçado os ovinocultores a implementar estratégias e tecnologias que aumentem sua produtividade e eficiência, para se manterem ativos no mercado. Apesar disso, em um mundo com recursos finitos e limites biofísicos, o crescimento econômico contínuo torna-se insustentável, repercutindo de maneira negativa o simples incremento da produtividade e do consumo na degradação dos ecossistemas naturais. Neste sentido, o presente estudo teve dois objetivos principais: i) realizar diagnóstico do desempenho econômico e ambiental da produção de cordeiros de corte sob diferentes níveis de tecnificação no Estado de São Paulo, Brasil; e ii) propor um novo esquema de alocação dos fluxos emergéticos baseado nos tipos de custos segundos os preceitos da Teoria Econômica Neoclássica. Foram realizadas visitas a campo com entrevistas aos proprietários de três propriedades características do estado de São Paulo (sistemas denominados: Intensivo, Confinamento e Semi-intensivo). Por outro lado, na proposta conceitual foram utilizados conceitos teóricos tanto como da Teoria dos Custos e da Síntese em Emergia. Na análise econômica foram considerados todos os itens de custo, divididos em: custos variáveis (VCost); custos fixos operacionais (FCost); e remuneração de fatores de produção (capital variável, fixo e da terra); sendo o custo total (TCost) a somatória de todos os custos envolvidos na produção. Além dos custos, foram levados em consideração indicadores de desempenho econômico, como: lucro líquido (NProf) e a relação custo-benefício (CBR). Em relação à avaliação de desempenho ambiental foi utilizada a Síntese em Emergia, sendo calculados índices: Transformidade (Tr), Renovabilidade (%Ren), Razão de rendimento emergético (EYR), Razão de investimento emergético (EIR), Razão de carga ambiental (ELR), Índice de sustentabilidade emergético (ESI), e Índice de intercâmbio emergético (EER). As análises foram realizadas no software Microsoft Excel®, a partir da caracterização de cada uns dos sistemas avaliados. Observou-se que o sistema Semi-intensivo foi o único sistema que apresentou prejuízo econômico, com um NProf de US$ -7.922, exibindo um CBR de -0,10. Em contraste, Confinamento e Intensivo apresentaram lucros positivos de US$ 9.845 e US$ 4.287, na devida ordem, obtendo CBR de 0,06 e 0,05, respetivamente. No desempenho ambiental, Semi-intensivo foi aquele que apresentou a maior renovabilidade (%Ren = 30,63%), seguido de Confinamento (22,46%) e Intensivo (19,81%). Quanto à dependência do sistema econômico, Confinamento foi a propriedade mais dependente (EIR = 101,01), seguida por Intensivo e Semi-intensivo (11,94 e 5,75). Por outo lado, Intensivo e Confinamento foram os sistemas que apresentaram maior carga ambiental (ELR, 4,05 e 3,45, respetivamente) e menor sustentabilidade ambiental (ESI, 1,08 e 1,01, respetivamente)...