O Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) é uma doença inflamatória autoimune, crônica, que pode acometer múltiplos órgãos e tecidos, e não existe cura, mas sim tratamento para controle da doença, o qual deve ser feito de forma individualizada para cada paciente de acordo com a gravidade de cada caso. As medicações mais utilizadas são corticoides, anti-inflamatórios não esteroides (AINES), antimaláricos e imunossupressores e, ainda, o uso de protetor solar concomitante. Por conseguinte, em pacientes que não obtêm melhora nas lesões de pele com o uso das medicações rotineiras tem-se observado que o uso da Talidomida é benéfico em casos refratários de lesões cutâneas. Desta forma, o relato teve por objetivo o caso de uma paciente feminina com diagnóstico de Lúpus aos 13 anos e que fez uso de talidomida para controle dos sintomas cutâneos da doença. E apesar de ser um medicamento conhecido principalmente pela sua teratogenicidade, demonstrou proporcionar melhoras rápidas e significativas nos sintomas clínicos, permitindo a redução do uso de corticoides e seus efeitos colaterais. Ademais, analisando a vivência clínica da paciente que fez uso da Talidomida, notou-se uma significativa melhora no quadro exacerbado das lesões cutâneas, fato que não era obtido com as medicações convencionais. Então, por mais resistentes que alguns médicos sejam no momento de fornecer a medicação para os indivíduos com LES, há resultados positivos demonstrando respaldo para sua indicação quando feita concomitante as medidas preventivas para que não haja teratogenia.