Maiores bancos privados no Brasil: um perfil econômico e sociopolítico

Abstract

O trabalho analisa elementos do poder das instituições financeiras, destacando o controle sobre o fluxo de capitais - caracterizado como hegemonia financeira -, a constituição dos grupos econômicos ou financeiros, a estrutura de representação dos interesses de classe do setor e a participação deste no processo político e nos aparatos de decisão do Estado. Considerando a reestruturação financeira ocorrida no Brasil na década de 1990, o trabalho traça um perfil dos dez maiores bancos privados a partir de indicadores econômicos e sociopolíticos selecionados. Para além de sua posição como meros intermediários financeiros, identifica-se em que medida esses bancos configuram-se como grupos econômicos e, especialmente, como unidades de articulação mais ampla, que se revela em conexões com o Estado e com a própria organização e atuação de classe nos âmbitos corporativo e político.

Certificação bancária e regulação de mercado: relações de trabalho e (pouca) negociação

“…Sua representação ocorre em todas as esferasPoderes Executivo, Legislativo e Judiciário e entidades representativas da sociedade -acompanhando o aperfeiçoamento do sistema normativo, e visando a melhoria da produção e a redução dos níveis de risco. Com sua característica de discrição, o setor sempre foi influente política e economicamente nos diferentes governos (MINELLA, 2007). A FEBRABAN esforça-se para modificar sua imagem, passando de instituição que protege os bancos para uma entidade que dialoga com a sociedade.…”

“…Tais fenômenos envolvem as organizações bancárias, entidades governamentais e sindicais (MINELLA, 2007;NOGUEIRA, 2011).…”

As contingências do trabalho bancário: Um estudo sobre os mecanismos de mediação e defesa do sofrimento.

“…Um dos fatores fundamentais que dimensionam o poder dos bancos e das instituições financeiras é o controle que estes exercem sobre parte substancial dos recursos e do fluxo de capitais na economia. Esse controle possibilita, em determinadas circunstâncias, criar pressões e cerceamentos ao processo decisório das políticas governamentais e às decisões estratégicas das empresas (Minella, 2007).…”

Macroeconomic policies and economic democracy in neoliberal Brazil

“…Particularly in the periphery of the world economy, financial organizations are able to exercise commanding pressure in order to obtain monetary policies favorable to greater financial liberalization (Chesnais, 1998) without significant debate within society as a whole. In the Brazilian case, the concentration of financial capital in just a few organizations has generated their strong interest in macroeconomic policies, resulting in a situation in which a small number of social actors have much more influence over government decisions in this realm than other social forces (Minella, 2007).…”