Os sistemas orgânicos de produção vegetal que privilegiam a diversidade de cultivos tendem a abrigar uma fauna variada e funcional (envolvida em processos biológicos), reduzindo os insumos externos. Ainda assim, eles podem depender de adubação de origem animal não disponível localmente. Isso faz da adubação com apenas fontes vegetais uma alternativa promissora, mas deve-se avaliar o retorno econômico-ambiental. Objetivou-se avaliar a viabilidade econômica de um sistema orgânico de produção de diferentes hortaliças, usando adubação estritamente de origem vegetal, com sua rentabilidade estimada pela comercialização nos mercados orgânico, convencional e local e caracterizar a entomofauna benéfica desse sistema. O estudo foi conduzido no Módulo de Cultivo Orgânico Intensivo de Hortaliças (MCOIH), Seropédica (RJ). A viabilidade econômica do MCOIH foi determinada pela relação custo-benefício, e o sistema foi monetariamente viável se RB/C>1. A entomofauna benéfica foi determinada pela captura de insetos adultos em pontos georreferenciados. A maior receita líquida foi obtida quando as hortaliças foram comercializadas no mercado orgânico. A mão de obra e a irrigação foram mais onerosos entre os custos variáveis e custos fixos, respectivamente. O MCOIH abrigou uma entomofauna representada por 13 famílias que reúnem insetos entomófagos e duas famílias de insetos decompositores. Os entomófagos foram em sua maioria das famílias Coccinellidae (Coleoptera) e Dolichopodidae (Diptera) (21,06% e 65,12% e respectivamente). Os decompositores pertenceram à Micropezidae e Stratiomyidae (Diptera). Conclui-se o que MCOIH não se mostra viável apenas quando as hortaliças são comercializadas no mercado convencional e seu manejo agroecológico permite conservar uma fauna benéfica funcional.