Introdução: A automação laboratorial é cada vez mais utilizada em microbiologia, no entanto, poucos estudos avaliam desfechos clínicos em comparação aos métodos tradicionais. No Brasil, nenhum estudo com esse objetivo foi detectado. Objetivo: Analisar os impactos clínicos e microbiológicos após implantação de método fenotípico automatizado em um serviço de microbiologia. Métodos: Realizamos estudo observacional e retrospectivo no laboratório de microbiologia referente a exame de hemocultura de pacientes da Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Os dados foram coletados de pacientes internados entre janeiro/2014 a dezembro/2015. Analisou-se o tempo de internação, número de terapias empíricas, óbitos e dados relacionados ao isolamento microbiológico. A amostra foi obtida por conveniência. Para a comparação entre os desfechos foram empregados os testes t de Student e Qui-quadrado de Pearson. O programa empregado foi o Stata release, versão 11, sendo considerados significativos valores de p<0,05. Resultados: Foram avaliados 472 pacientes. Não houve redução na prescrição empírica de antimicrobianos (54,7% vs 45,3%; p=0,33), tempo de internação na UTI (14,5 dias vs 15,8 dias p=0,78) e na taxa de óbitos (54,4% vs 45,6%; p=0,36). Similarmente, o perfil de agentes isolados em ambos os métodos não parece ser discrepante, no entanto, houve um aumento de 44,7% no número de isolados microbianos (76 vs 110) com melhor caracterização dos mesmos. Conclusão: A automação do laboratório de microbiologia não impactou no tempo de internação, mortalidade na UTI e no número de terapias empíricas. No entanto, a identificação e o isolamento de microrganismos melhoraram.