O propósito deste artigo foi identificar quais são os elementos inibidores ao surgimento de comunidades de prática (CoPs) nas organizações pesquisadas. Neste sentido, intentou-se contrastar este trabalho com outros já desenvolvidos (RUTHIG; HICKEY; BRANDENBURG, 2012; HAHN; BAJWA; DUFFIELD, 2016; BUFFORD; BRENNAN, 2018), sobretudo, com os de Souza-Silva (2005; 2007; 2009) que representa um dos pioneiros neste campo de conhecimento no Brasil. A pesquisa adotou uma abordagem qualiquantitativa, tendo o Discurso do Sujeito Coletivo (DSC) como estratégia metodológica de tabulação, organização e análise do material empírico. A partir da análise do material empírico coletado foram identificados, pelo discurso dos entrevistados, a inexistência de comunidades de prática nas organizações pesquisadas e a emergência de fatores limitantes ao surgimento desses grupos. Mais especificamente, ao contrastar os resultados desta pesquisa com os de Souza-Silva (2005; 2007; 2009), percebeu-se confirmações da base teórica tomada como referência (SOUZA-SILVA, 2005; 2007; 2009), mas também surgiram outros fatores limitadores ao surgimento de comunidades de prática nas organizações pesquisadas, promovendo avanços de natureza teórica. Neste sentido, a presente investigação avançou quando revelou novos fatores ligados às categorias dos inibidores interpretativos, sociolaborais e concreto-econômicos. Por outro lado, ela corroborou com a pesquisa de Souza-Silva (2005; 2007; 2009) quando demonstrou que os fatores/aspectos encontrados se encaixam muito bem nas categorias de inibidores defendidas nos trabalhos deste referido autor e relativos às condições e desafios ao surgimento de comunidades de prática em organizações. Finalmente, esta investigação sugeriu novas pesquisas com vistas a aprofundar e enriquecer as discussões sobre este instigante campo de estudos.
Palavras-chave: Aprendizagem Organizacional; Comunidades de Prática; Inibidores ao Surgimento de Comunidades de Prática; Discurso do Sujeito Coletivo (DSC).