RESUMO Este artigo investiga a constituição da biblioteca da Escola Normal de São Paulo, nas últimas décadas do século XIX, identificando e analisando processos de composição do acervo, instalação, funcionamento, bem como os significados que esse espaço e suas práticas vão assumindo para a escola e para a própria educação paulista. Analisam-se regulamentos, ofícios, relatórios, cartas, notícias de jornais, recibos de compra e venda. Busca-se desenvolver uma narrativa historiográfica que privilegia fenômenos de trocas, circulação, transferências de sujeitos, objetos, materiais e saberes, destacadamente entre São Paulo e França, que se expressam na constituição da biblioteca. Entre a especialização e a ampliação, a biblioteca para a formação de professores fundia saberes pedagógicos a conteúdos específicos, relacionados às matérias do ensino e à cultura geral, tornando-se parte do repertório da pedagogia moderna e científica que, por meio de sujeitos, ideias e artefatos, circulava globalmente, cruzando fronteiras nacionais.