Antes da inauguração da Área 44, Ciências da Religião e Teologia, no Brasil -e sua consequente busca por qualificação como conhecimento científico -, a adaptação desta à produção acadêmica enfrentou dificuldades, mas atualmente já soma algumas conquistas. Se por um lado a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) investe, com insistência, na elaboração de condições editoriais e tecnológicas para divulgar a ciência brasileira; por outro, a Área 44 precisa vislumbrar o que pode, ou não, oferecer dentro das expectativas de produção acadêmica nesse universo -majoritariamente modelado à mercê das Ciências Exatas. A produção acadêmica nas abordagens científicas que se propõem a falar sobre religião, atualmente, ultrapassa o cinquentenário; de forma que as Ciências da Religião e Teologia, em termos de produção científica no Brasil, constituem um corpus acadêmico extenso e plural. Desde a década de 1970, com o surgimento de Programas de Pós-Graduação (PPGs) em Ciências da Religião e Teologia, "um dos indicadores da evolução dessa cultura acadêmica é o dos periódicos científicos que foram criados ou que já existiam e foram incorporados pelos PPGs" (BOAS et al., 2019, p. 89).Ainda que se expanda em termos de produção, a adaptação e desenvolvimento dos periódicos de Ciências da Religião e Teologia aos padrões tecnológicos e de qualidade científica são razoavelmente recentes no Brasil. 2 Essa realidade ainda atravessa processos de amadurecimento. De acordo com Fábio L. Stern (2018, p. 88-89), em 2016, 461 títulos de periódicos da área Ciências da Religião e Teologia foram encaminhados para classificação Qualis; a unificação das áreas "Ciências da Religião" e "Teologia" reduziu o número para 385. Destes, mais de um terço dos periódicos lis-