Este artigo visa analisar se a participação dos países em desenvolvimento nas Cadeias Globais de Valor (CGV) foi acompanhada de maior dependência tecnológica via renda de pagamento pelo uso de propriedade tecnológica, e se existem padrões de especialização nas cadeias específicos em que isso seja amenizado. A análise foi feita com 41 países entre 1995 e 2011, utilizando-se cinco indicadores que captaram características inerentes ao processo. Diante da quantidade de informação, utilizou-se a técnica de clusters, permitindo identificar que independente do padrão de especialização, a maior participação dos países nas cadeias foi acompanhada de maior dependência tecnológica dos países em desenvolvimento em relação aos países desenvolvidos. Esse resultado converge com a discussão referente à propagação das CGV simultaneamente à consolidação de uma institucionalidade internacional de proteção a propriedade intelectual, que ao ampliar as posições monopolistas das grandes corporações, sediadas geralmente nos países desenvolvidos, acentua as assimetrias tecnológicas existentes entre os países. Palavras chave: Cadeias Globais de Valor, upgrading, pagamento pelo uso de propriedade intelectual, análise de cluster.