Este trabalho teve, como objetivo, avaliar a forte expansão de sistemas de irrigação por pivôs centrais (SIPCs) no município paulista de Casa Branca, entre 1985 e 2019, por meio da análise da dinâmica espaço-temporal da produção agrícola, além dos possíveis impactos ambientais e do papel do sensoriamento remoto no seu monitoramento. Neste período, Casa Branca tornou-se o segundo município do Brasil com maior área relativa ocupada por SIPCs, consolidando-se como o mais relevante dentre os municípios do Polo Nacional de Irrigação Vertentes do Rio Pardo e Mogi-Guaçu (PRPMG). A expansão dos SIPCs ocorreu sobre áreas anteriormente ocupadas por lavouras de sequeiro e pastagens, sem supressão da vegetação nativa. Houve aumento expressivo da produção e no portfólio de lavouras temporárias, desconcentração das terras, com aumento no número de estabelecimentos rurais de menor área, e consolidação de Casa Branca como um município de agricultura de elevada diversificação. No entanto, o município também é o maior usuário de recursos hídricos da Bacia Hidrográfica do Rio Pardo. Considerando-se os impactos ambientais associados à prática intensiva da irrigação, com implicações diretas nas mudanças climáticas, o monitoramento da sua dinâmica agrícola é crucial para a sustentabilidade ambiental e econômica. Nesse sentido, estudos mostraram que o sensoriamento remoto, ao aliar imagens de satélite a técnicas de aprendizado de máquina ou aprendizado profundo, é uma ferramenta adequada para detecção e mapeamento da dinâmica de sistemas irrigados de produção, beneficiando estratégias de monitoramento de práticas agrícolas que visam maior eficiência e sustentabilidade na agricultura, tais como as de Mensuração, Reportagem/Relato e Verificação (MRV).