“…Todos nós, curiosos, observadores, pesquisadores e iniciados, sabemos ou deveríamos saber que é incerto o momento preciso em que teve início, no Brasil, o culto de divindades e ancestrais africanos. Logo, apesar do paciente e importante trabalho realizado por vários autores no sentido de restabelecer os vínculos primeiros (BASTIDE, 1985;CASTILLO e PARÉS, 2007;CASTILLO, 2017;CARVALHO, 1987;DANTAS, 1982;FERRE-TI, 1985;CAPONE, 2005;MOTT, 1992;PA-RÉS, 2007;REIS, 2008;REIS, 1988;SANTOS, 1995;SILVEIRA, 2006;SILVEIRA, 2010;SO-DRÉ, 1988;SOUZA, 1986) é ainda duvidoso o ponto inicial de constituição das tradições religiosas afro-brasileiras que conhecemos contemporaneamente, as quais a esta altura cultuam divindades africanas, mas também afro-brasileiras e afro-indígenas. Do mesmo modo, também não se sabe ao certo desde quando essas divindades passaram a ser cultuadas em espaços sagrados que exigiram a presença de um(a) líder espiritual, pai de santo ou mãe de santo, e de um grupo de fiéis orientados espiritualmente por esse(a) líder.…”