Máscaras Cobrem O Rosto, a Fome Desmascara O Resto: Covid-19 E O Enfrentamento À Fome No Brasil

Abstract

O ano de 2020 ficará marcado pela história sanitária mundial devido à pandemia de COVID-19, provocada pelo vírus SARS-CoV-2, ou o novo coronavírus. Dentre as ações tomadas pelas autoridades sanitárias internacionais, a mais importante e impactante é o isolamento social. Tal medida, fundamental para conter o avanço da pandemia, traz consigo inúmeras consequências esperadas no campo econômico e social, dentre elas o aumento da miséria e da fome. Este artigo busca problematizar essa questão sob o aspecto político e técnico das políticas de segurança alimentar e nutricional. Resgata os diferentes contextos em que o país atuou no combate à fome, culminando na situação atual de secundarização das políticas sociais no país. Apresenta diversas potências nos programas existentes na agenda pública como forma de amenizar as consequências da fome, sugerindo-se também adaptações em suas implantações no contexto da pandemia. Por fim, reforça-se a importância do papel do Estado como protagonista do combate à fome e da redução da miséria no país de forma estrutural, assumindo o fortalecimento das políticas sociais já existentes.

Segurança alimentar e o semiárido brasileiro

“…Diante da pandemia de COVID-19, conforme constatado 40 , o enfraquecimento das políticas de SAN repercute de forma aguda nas condições de vida da população, especialmente naquelas que já dependiam dessas políticas públicas para sobrevivência.…”

Dissecando a fome no Brasil durante a pandemia da COVID-19

“…A informalidade tende a levar os(as) trabalhadores(as) a uma maior dependência de serviços prestados pelo governo, como as isenções fiscais e subsídios, o auxílio-emergencial, os transportes públicos, educação pública, cuidados de saúde, entre outros (SIPIONI et al, 2020;ZAGO, 2021).…”

Estado nutricional de crianças de 0 a 5 anos de idade do município de Igaratinga-MG em 2019 a 2021

“…No Brasil o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) é considerado a política pública mais ampla e próspera na alimentação escolar em vigor, que oferece refeições a mais de 40 milhões de estudantes brasileiros (Sipioni et al, 2020). A alimentação escolar brasileira cumpre um papel de proteção social, ao conceder, não apenas a eliminação da fome, mas também contribui no crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, na aprendizagem, no rendimento escolar, bem como na formação de práticas alimentares saudáveis, por meio de ações de educação alimentar e nutricional durante o período em que os estudantes permanecem no ambiente escolar (Bicalho & Lima, 2020).…”