Resumo Este ensaio tem como objetivo problematizar as relações entre a violência contra as mulheres e o isolamento social durante a pandemia de covid-19, a partir do diálogo entre os aportes teóricos dos estudos interseccionais e as contribuições do Movimento Institucionalista, por meio da filosofia da diferença de Gilles Deleuze. O isolamento social na pandemia comparece como operador de análise e categoria de intersecção, o que pode ser compreendido como acontecimento no contexto do institucionalismo. Trata-se, portanto, de vislumbrar a interseccionalidade a partir de uma perspectiva pós-estruturalista. Busca-se viabilizar a construção de espaços de problematização, a partir das contribuições que vão desde a saúde até as ciências sociais e humanas, campo extenso e diversificado da saúde coletiva, refletindo a própria concepção ampliada de saúde em suas inúmeras interfaces. Por meio dessa perspectiva, buscou-se deslocar a relação de causalidade direta entre o isolamento social e violência contra as mulheres, fazendo uma análise sócio-histórico-política que articule o microssocial, singular, com o contexto macrossocial, a fim de descortinar desigualdades e violências já experimentadas.
A emergência da pandemia causada pela COVID-19 reclama enfaticamente pensar o estreitamento da relação homem-poder-violência e a ressignificação do lugar dos homens na sustentação da vida reprodutiva, dos laços emocionais e do cuidado. Nesse contexto de isolamento social, como importante estratégia contra a disseminação da doença, buscando compreender o aumento de violência doméstica contra a mulher, o objetivo deste ensaio é refletir sobre as relações homem-poder-violência a partir das concepções de Hannah Arendt, problematizando o conceito normalizado de masculinidade hegemônica. Ao longo deste ensaio, buscamos desconstruir a ideia de que existe um único modelo de masculinidade hegemônica e que propõe uma dominação global dos homens sobre as mulheres, uma vez que mulheres também apresentam aspectos de masculinidade, sendo uma construção histórico-social, que se transforma continuamente. Assim, diante das reformas históricas de gênero acrescidas da instabilidade provocada pela pandemia da COVID-19, observa-se o aumento da violência domiciliar como efeito da diminuição do poder patriarcal, na tentativa de estabilizar o modelo de masculinidade definido por esse poder patriarcal, ou tenta-se reconstituí-lo em novas configurações. Frente a essa realidade, faz-se necessário, no âmbito da Saúde Coletiva, refletir sobre a reformulação da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem.
Este ensaio tem como objetivo problematizar as opressões e violências domésticas durante o isolamento social em tempos de pandemia. Partindo das contribuições do Institucionalismo e dos estudos interseccionais toma-se a pandemia como acontecimento e dispositivo analítico, fazendo uma análise que entrecruza a categoria gênero com as demais condições que atravessam as mulheres. Busca-se evidenciar que o aumento da violência contra a mulher durante a pandemia pode ser entendido como tensionamento entre a resistência ao racismo, ao sexismo e as desigualdades construídas pelo capitalismo.
O ano de 2020 ficará marcado pela história sanitária mundial devido à pandemia de COVID-19, provocada pelo vírus SARS-CoV-2, ou o novo coronavírus. Dentre as ações tomadas pelas autoridades sanitárias internacionais, a mais importante e impactante é o isolamento social. Tal medida, fundamental para conter o avanço da pandemia, traz consigo inúmeras consequências esperadas no campo econômico e social, dentre elas o aumento da miséria e da fome. Este artigo busca problematizar essa questão sob o aspecto político e técnico das políticas de segurança alimentar e nutricional. Resgata os diferentes contextos em que o país atuou no combate à fome, culminando na situação atual de secundarização das políticas sociais no país. Apresenta diversas potências nos programas existentes na agenda pública como forma de amenizar as consequências da fome, sugerindo-se também adaptações em suas implantações no contexto da pandemia. Por fim, reforça-se a importância do papel do Estado como protagonista do combate à fome e da redução da miséria no país de forma estrutural, assumindo o fortalecimento das políticas sociais já existentes.
Resumo A pandemia pela Covid-19 não é apenas um problema de saúde, ela é considerada um choque profundo para nossas sociedades e economias, colocando em evidência uma crise de prestação de cuidados na qual os profissionais de saúde, em especial as mulheres, estão no centro dos esforços de atendimento e respostas. Assim, este artigo teve como objetivo problematizar as práticas de cuidado durante a pandemia da Covid-19 com foco no direito à proteção das mulheres profissionais da saúde, de acordo com as concepções de Michel Foucault sobre cuidado de si, considerando o eixo poder-saber. O estudo avança na indagação sobre a crise do cuidado e visibiliza o cuidado de si de trabalhadoras da saúde especialmente durante a pandemia da Covid-19 como caminho possível para a reversão de práticas de dominação por meio da criação de práticas de liberdade, afirmando a produção do cuidado como criadora de valor e respeito pela vida de todas e todos.
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