No presente estudo foram caracterizadas as propriedades tecnológicas de painéis de fibras de média densidade (MDF), em diferentes horários de produção em uma linha industrial brasileira, com o objetivo de avaliar a variabilidade tecnológica das chapas e sua qualidade em relação à norma técnica comercial. Painéis MDF confeccionados com fibras de Eucalyptus spp. (70%), Schizolobium parahyba (20%) e madeiras residuais de serraria (10%), aglutinados com resina ureia-formaldeído foram coletadas em intervalos de duas horas de um turno de produção da empresa. Foram determinadas às propriedades físicas (umidade, densidade aparente, absorção superficial, absorção de água, inchamento em espessura e taxa de não retorno de espessura) e resistência mecânica (flexão estática, dureza janka, tração perpendicular e arrancamento de parafuso). Os painéis de início e final do turno foram submetidos ao ciclo de envelhecimento acelerado, sendo avaliados posteriormente à densidade, tração e flexão estática. Do total das propriedades avaliadas nos painéis MDF, um percentual de 55% não apresentaram variações entre os horários de produção, e se enquadraram aos valores da norma. Apenas as propriedades de inchamento em espessura (IE 24h) e tração em 80% dos horários, não atenderam aos valores estipulados pela ABNT NBR 15316-1, variando de 11,2 a 15,6% e 0,42 a 0,62 N/mm², respectivamente, entre o início e o final do turno. O envelhecimento acelerado promoveu diminuição expressiva na qualidade das chapas. Os painéis MDF estudados apresentam bom desempenho tecnológico para uso em ambiente seco, e sua variação tecnológica decorreu do uso de fibras de diferentes madeiras na produção das chapas.