IntroduçãoO selênio (Se) é um micronutriente essencial, está incorporado ao sítio ativo de selenoproteínas, entre as quais importantes enzimas antioxidantes, reduzindo riscos de aterosclerose e câncer. Atua também no catabolismo hormonal, sistema imunológico, fertilidade, reprodução e metabolismo muscular (BROWN; ARTHUR, 2001;RAYMAN, 2000) e, se ocorrer em concentrações elevadas, é reconhecido como um agente tóxico (LALL, 1995).O pescado, por conter substancialmente maiores concentrações de Se do que outros alimentos cárneos, é considerado a maior fonte dietária desse nutriente (LALL, 1995). Ao mesmo tempo o pescado é a maior fonte de mercúrio (Hg) na dieta humana, em consequência de sua vulnerabilidade natural, ocorrida por contaminação cumulativa através da cadeia trófica (TENUTA-FILHO;NASCIMENTO, 2007). Paralelamente, tem sido considerado que o Hg ou o metilmercúrio (MeHg) combinados com o Se, em alimentos de origem marinha, protegem o consumidor contra a ação tóxica do Hg. Esta complexação incidentalmente reduz a biodisponibilidade do Se (RAYMAN, 2000). Por sua vez, nenhuma propriedade nutricional ou biológica benéfica é atribuída ao Hg.Como na grande maioria do pescado marinho o Se muscular está estequiometricamente em excesso em relação ao Hg, tem sido considerado que o consumo de peixes, crustáceos e moluscos não expõe o consumidor aos efeitos tóxicos do Hg. A interação entre Hg e Se tem sido estudada, mas não o suficiente para o necessário entendimento da ação protetora do Se (PEAKALL; BURGER, 2003;RUITER, 1995).
AbstractFish contains considerably higher selenium (Se) concentrations than other kinds of meats, and thus it is considered a major dietary source of this nutrient. At the same time, fish is also the major source of mercury (Hg) in the human diet, whose toxicity can be reduced by the Se through the interaction between both compounds. In consequence, the biological availability of Se is reduced. In the current study, the occurrence of Se was evaluated in commercially available Brazilian marine species, and the retention of Se in sharks (sand tiger shark) was determined. The average levels of Se found in bony fish, gutted corvina (Micropogonias furnieri), triggerfish (Balistes capricus), hake and sardine (Sardinella brasiliensis), 0.48 ± 0.18 µg.g -1 , and in cartilaginous fish, small shark (squantina Guggenheim), hammerhead shark, spinner shark, and sand tiger shark, 0.36 ± 0.07 µg.g -1 , did not differ from one another (p > 0.05). In fact, their occurrence was in accordance with the literature data on marine fish. The levels of Se found in the sharks (predatory species) are not enough to establish a stoichiometric relation for the interaction with Hg focusing on the desired toxic protection. The effective Se retention evaluated in the sand tiger shark, after extraction with water, was considered high (minimum of 68.81%) and important taking nutritional and toxicological aspects into account. Keywords: selenium; marine fish; mercury.
ResumoO pescado contém substancialmente maiores concentrações d...