Metamorfose infinita: sobre brujos, espíritos e apuntes em Havana

Abstract

O artigo oferece uma leitura alternativa de Hampa afro-cubana: los negros brujos, do cubano Fernando Ortiz y Fernandes, e discute a necessidade de problematizar as diferentes ideias expostas pelo autor. Para isso, contesta leituras de alguns comentadores influenciados por sua obra. O artigo sugere algumas pistas acerca do que Ortiz y Fernandes entendia como forças capazes de agir e manifestar-se nos "corpos" de sujeitos afetados pela agência dos acusados de envolvimento com práticas e objetos mágicos. Debruça-se sobre a criação dos brujos - conforme descritos por Ortiz y Fernandes - como um objeto epistêmico e discute os argumentos e práticas de conhecimento necessários à sua fabricação.

True brujos and imitators

“…For example, quoting Lachatañeré, Edward Mullen writes that the defendants were all lynched "by an angry mob" (Mullen 1987: 38), which does not correspond with historical reality. Thanks to the work of Aline Helg (1990) and many others (e.g., Bronfman 2002), we can reconstruct what happened, at least partially, and of course contextualize it theoretically (Palmié 2002;Mailhe 2011;Cunha 2015). Although it is not true that the defendants were lynched, it is true that it was the enraged White population that instigated the reopening of the case, leading to the eventual condemning of the alleged murderers to death.…”

“…5. For a very suggestive analysis of the almost surreal way in which the "notes" construct, or rather suggest, murder, see Mullen (1987) and, above all, Cunha (2015).…”