RESUMO: OBJETIVO:Relatar um caso raro de adenocarcinoma de pâncreas que se apresentou como tumores colorretais sincrônicos. Paciente masculino, 76 anos, apresentava dor abdominal difusa de forte intensidade, diarréia e vômitos há sete dias. Tratava de gastrite há dois anos e nos últimos quatro meses apresentava hiporexia e perda de peso. Estava emagrecido, desidratado e desnutrido, com distensão abdominal importante, ruídos hidroaéreos ausentes e dor difusa à palpação abdominal. Exames evidenciaram hiperglicemia, distensão importante do intestino delgado ao raio x, ultra-som de abdome com colecistolitíase e endoscopia digestiva alta com pangastrite, bulboduodenite e papila normal. Tomografia abdominal confirmou colecistolitíase. A colonoscopia mostrou três lesões, em reto médio, cólon transverso e na válvula íleocecal. As biópsias revelaram apenas reação inflamatória. Persistiram os sintomas e decidiu-se submetê-lo a colecistectomia onde foram vistas lesões planas em diafragma cujas biópsias evidenciaram adenocarcinoma. No quinto dia de pós-operatório o paciente apresentava quadro obstrutivo e foi submetido à nova laparotomia com colectomia direita, ileostomia terminal dupla e biópsia pancreática. Esta mostrou adenocarcinoma e o estudo imunoistoquímico positivo para tumor primário do pâncreas. O paciente evoluiu para óbito um mês após. CONCLUSÃO: o exame de imagem normal não descarta a hipótese diagnóstica e quando a origem do tumor primário não está definida é essencial o exame imunoistoquímico para firmar o diagnóstico. . A confirmação diagnóstica nem sempre é obtida no primeiro exame anatomopatológico, geralmente por falhas na coleta do material. Biópsias contendo material necrótico ou inflamatório podem falsear o diagnóstico.
Descritores
OBJETIVORelatar o caso de um paciente com diagnóstico inicial de tumor colorretal sincrônico que na verdade tratava-se de adenocarcinoma de corpo de pâncreas.
RELATO DE CASOA.A, 76 anos, masculino, natural de Funchal, Portugal, e procedente do Rio de Janeiro, deu entrada nesse serviço com dor abdominal difusa, tipo cólica, de forte intensidade, diarréia e vômitos há uma semana.Relatou que há dois anos apresentava depressão, episódios intermitentes e esporádicos de epigastalgia com irradiação para dorso que piorava com a ingestão alimentar, associada a empachamento pós-prandial. Por duas vezes foi diagnosticada gastrite com Helicobacter pilory positivo (HP+) realizando tratamento clínico, porém com manutenção dos sintomas, piorando nos últimos quatro meses, quando apresentou