Metodologias colaborativas não extrativistas e comunicação: articulando criativamente saberes e sentidos para a emancipação social

Abstract

Este artigo discute a proposição de metodologias colaborativas não extrativistas e sua relação com a comunicação a partir da obra de Boaventura de Sousa Santos. Partindo de autores como Orlando Fals Borda e Paulo Freire, Santos questiona as metodologias qualitativas que extraem conhecimentos apartados das lutas sociais e não reconhecem os saberes dos sujeitos investigados. A partir desse referencial e de uma pesquisa sobre documentários produzidos no contexto das lutas sociais contra os agrotóxicos e pela agroecologia, buscamos levantar possibilidades metodológicas relacionais que apontem para processos de co-labor-ação e co-criação. A construção de novas narrativas e conhecimentos dilui fronteiras entre ciência e arte, ao mesmo tempo que resgata e avança na perspectiva freiriana da comunicação enquanto um tornar comum. Entrevistas narrativas e contação de histórias da literatura oral são exemplos dados no artigo que apontam para uma abordagem teórico-poética como alternativa.

Poesia Popular, a Agroecologia e a Construção da Identidade Rural no Território do Pajeú

“…Extrativistas (Santos & Meneses 2009), Entrevistas Narrativas (Fasanello, Nunes, & Porto, 2018), Observação Participante (Brandão, 1980) e uso do aplicativo on line WhatsApp.…”

“…Das seis entrevistas, uma delas foi realizada de maneira presencial, com Marquinhos da Serrinha, de 33 anos, morador do Sítio Serrinha, São José do Egito. Essa entrevista aconteceu mediada pelo instrumento que possibilita entrevistas narrativas (Fasanello et al, 2018), que permitiu que acontecesse uma prosa poética entre um dos autores deste artigo e o entrevistado.…”

Epistemologias do Sul e descolonização da saúde: por uma ecologia de cuidados na saúde coletiva

“…The presentation and discussion of the methodological inventions that arise from resistances and struggles in health and the challenges they face, given the centrality of methodology in the rise and consolidation of hegemonic knowledge and its epistemic authority will have to be left to another occasion. Some of these challenges, presented to several experiences in public health or in the dialogue with it, were brought to discussion in other places -for example, by Fasanello, Nunes and Porto (2018), Siqueira-Silva and and Vieira (2019). To respond to these challenges, it is important to reclaim the experiences of engaged intellectuals such as Paulo Freire and Orlando Fals Borda, among others, that have left a legacy of rich experiences and a set of participatory and non-extractivist procedures and of practices of popular education now reappropriated and renewed through dialogue and the artisanship of practices born in struggles and resistances for human dignity, be they expressed in the language of human rights or in other languages and idioms.…”

Crise das utopias e as quatro justiças: ecologias, epistemologias e emancipação social para reinventar a saúde coletiva

“…Since 2016, we have been writing articles that incorporate ecological and epistemological dimensions that expand the connections and alternatives for collective health based on the struggle for environmental and cognitive justice. For instance, for health surveillance in questioning the development and regulation model based on the risk concept 26 ; for the construction of sensitive collaborative methodologies that incorporate artistic, poetic and popular languages into the dialogue with science for social transformation 27 ; the implications for the environmental and workers´ health areas in the understanding of industrial disasters, considering the radical exclusions against blacks, women and the poor 28 ; and the proposition of an emancipatory promotion for health based on the struggles in the cities (slums, the homeless and periphery dwellers) and in the countryside (peasants, indigenous people, quilombolas and other traditional populations) 29 .…”