Partimos, nesse trabalho, do pressuposto de que tratar a questão animal na educação tem se tornado cada vez mais pertinente. Tal afirmação ganha força no exame de documentos oficiais para a educação em suas diversas modalidades, uma vez que buscam a inclusão de temas que estimulem o pensar ético, solidário e cidadão para além do compartimentado. Assim, tomamos como imprescindível o ato de “ecologizar” as disciplinas levando em conta o que lhes é contextual. Com isso em mente, propomos realizar um levantamento em busca de compreender como professores de cursos de Química enxergam a contextualização e a interdisciplinaridade, o que inclui vertentes da questão animal em suas disciplinas. Para tanto, definimos um recorte que abranja instituições mineiras públicas de educação superior, construindo uma investigação por meio de questionários previamente submetidos à experiência-piloto e, posteriormente, à análise de conteúdo. Como parte dos resultados, trazemos as categorias “A questão animal e seu atravessamento” e “Práticas pedagógicas em sala de aula”. A partir do tratamento dos dados, discutimos as hipóteses levantadas e constatamos haver entendimentos tanto contrários à inserção da temática animal devido a uma escassa relação entre esta e o curso, quanto de não apenas ser passível de se trabalhar em sala de aula, mas já estar presente, sendo a interdisciplinaridade um meio para essa inclusão.