Este artigo traz os resultados de uma dissertação de Mestrado que aborda um percurso investigativo sobre os conceitos de traje de oposição e bordado de oposição, por meio de aproximações entre os campos do design de moda e da política. Além de uma tomada histórica, são elencadas significativas mudanças nos modos de vida ocorridas na segunda metade do século XX, em articulação com roupas e bordados. Nesse contexto, o conceito de resistência é delineado na produção de subjetividade contemporânea pela abordagem de trajes e de bordados apresentados em dois estudos de caso. O primeiro deles é uma coleção de roupas da designer de moda mineira Zuzu Angel, criada no ano de 1971 em meio à ditadura civil-militar brasileira (1964-1985). O segundo, inserido no cenário político da última década (2010-2020), analisa panfletos bordados do Coletivo paulistano Linhas de Sampa. A pesquisa enfoca as potências do traje e do bordado de oposição como fatores narrativos dissonantes, que criam espaços expressivos questionadores da hegemonia social, no sentido de ampliar as articulações entre os campos do design e da política.