No estudo da genotoxicidade, podem ser utilizados diversos organismos que estejam expostos a agentes potencialmente mutagênicos. Dentre os bivalves que são bioindicadores, encontra-se a espécie de molusco Anomalocardia brasiliana que possui grande distribuição na costa brasileira e é bastante consumida na alimentação humana. Foi buscado avaliar o estado da arte em relação aos bivalves brasileiros como bioindicadores in vivo de genotoxicidade. Destaca-se a pesquisa que avaliou a presença de micronúcleos nas células da hemolinfa desses animais como um parâmetro para indicar genotoxicidade nas praias de Barra (PT A), Pernambuquinho (PT B) e Alagamar (PT C) do município de Grossos – RN. Foram capturados quatro indivíduos de A. brasiliana em cada praia, nos meses de agosto de 2010 a janeiro de 2011, os quais foram levados para o laboratório de Genética e Evolução em recipientes plásticos contendo água do mar e sedimento, mantidos com aeração constante. Após 24h para aclimatação, a hemolinfa foi puncionada com seringa, fixada em etanol e ácido acético; gotejada sobre lâmina e corada com Giemsa. As lâminas foram analisadas sob o microscópio de luz com aumento de 1000x, sendo analisadas 2000 células por indivíduo e contabilizadas as células com micronúcleo. As médias e desvio padrões não foram estatisticamente significantes dentro de cada ponto de coleta entre os meses avaliados, mas entre as praias, os PT A e PT B apresentaram índices significativos de genotoxicidade. Os resultados da média das frequências no PT A foi de 4,3% de células micronucleadas, enquanto no PT B foi 3,0% e no PT C, 1,6%. As frequências de micronúcleos em várias espécies de bivalves brasileiros são variáveis, mas semelhantes entre si. Existem poucos trabalhos publicados e são necessários mais estudos envolvendo moluscos bivalves para estabelecer padrões que indiquem genotoxicidade.