2013
DOI: 10.1590/s1980-85852013000100009
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Migração involuntária como fator de risco à saúde mental

Abstract: O deslocamento forçado de pessoas é um dos fenômenos que podem ser relacionados a conflitos políticos e sociais, guerras e catástrofes naturais. Essas partidas não-planejadas são frequentemente acompanhadas de sofrimento psicológico diretamente ligado às perdas e ao traumatismo ao qual foram submetidas. Este artigo tem por objetivo apresentar observações realizadas no Serviço de Atendimento Psicológico Especializado aos Imigrantes e Refugiados (Sapsir), da Universidade Laval, Canadá. O trabalho clínico desenvo… Show more

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“…O segundo aspecto refere-se à relação entre as manifestações com momentos de estresse, de tristeza ou de dificuldades, conforme pode ser observado nos exemplos a seguir: Essas duas características muito particulares levam a pensar que esses sintomas vão para além da manifestação física, isto é, são uma forma de expressão simbólica de conflitivas psíquicas; nesse sentido, podese falar em quadros de somatizações (Pirlot, 2011). As queixas somáticas são extremamente comuns em imigrantes (Coutinho, Rodrigues, & Ramos, 2012;Khawaja & Dempsey, 2007;Martins-Borges, 2013;Pirlot, 2011). Uma das hipóteses sobre a somatização como forma privilegiada de expressão de sofrimento nesses sujeitos é a busca inconsciente por uma simbolização em comum entre o universo cultural de origem e o de acolhimento.…”
Section: Métodounclassified
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“…O segundo aspecto refere-se à relação entre as manifestações com momentos de estresse, de tristeza ou de dificuldades, conforme pode ser observado nos exemplos a seguir: Essas duas características muito particulares levam a pensar que esses sintomas vão para além da manifestação física, isto é, são uma forma de expressão simbólica de conflitivas psíquicas; nesse sentido, podese falar em quadros de somatizações (Pirlot, 2011). As queixas somáticas são extremamente comuns em imigrantes (Coutinho, Rodrigues, & Ramos, 2012;Khawaja & Dempsey, 2007;Martins-Borges, 2013;Pirlot, 2011). Uma das hipóteses sobre a somatização como forma privilegiada de expressão de sofrimento nesses sujeitos é a busca inconsciente por uma simbolização em comum entre o universo cultural de origem e o de acolhimento.…”
Section: Métodounclassified
“…Nesse contexto, surge o duplo desejo: o de manter o referencial cultural de origem (que tende a estar relacionado com a identidade do sujeito), mas, ao mesmo tempo, também fazer uma ponte com o país de acolhimento, que é a realidade exterior atual na qual o sujeito está inserido. Esse conflito interior colocaos em posição de questionar sua identidade e buscar novas formas de ser, o que por si só já acarreta um nível de estresse que pode gerar uma série de sintomas psicológicos (Martins-Borges, 2013 Tem-se constatado a dificuldade dessa população em se vincular e se projetar no país de acolhimento. No caso dos universitários estrangeiros, isto parece estar relacionado a se perceberem (e serem percebidos também pela sociedade e pela universidade) como em situação temporária, isto é, como se estivessem no país com o único objetivo de terminar os estudos, deixando para um futuro incerto os outros aspectos de suas vidas (Gusmão, 2011).…”
Section: Sintomas Psicológicosunclassified
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“…Fala-se em migrações voluntárias quando a mudança decorre de uma decisão individual ou coletiva, na qual há, geralmente, um planejamento da partida e um projeto de vida no lugar de chegada; por outro lado, as migrações involuntárias caracterizam-se pelos deslocamentos impostos por perseguições religiosas, políticas e/ou ideológicas, graves violações de direitos humanos, efeitos de catástrofes naturais, entre outros, quando não resta escolha de permanência ou tal possibilidade representa risco à sobrevivência. Os refugiados e os migrantes com vistos humanitários após catástrofes naturais são exemplos de migrações involuntárias (Organização Internacional para as Migrações, 2009;Martins-Borges, 2013;Pacífico e Pinheiro, 2013).…”
unclassified
“…É importante salientar a diferença entre os dois tipos de migração, uma vez que o planejamento da partida, a existência de períodos de transição e de projeção do futuro no novo país não pôde ocorrer nos casos de migração involuntária. Esses processos têm papel fundamental na elaboração das etapas -e das perdas respectivas -da migração e na adaptação ao país de acolhimento (Martins-Borges, 2013). Logo, a sensibilidade intercultural é imprescindível no acolhimento e na atenção a essas pessoas.…”
unclassified