Milhocina como fonte proteica para produção de bacteriocina por Enterococcus faecium

Abstract

A produção de bacteriocina por Bactérias Ácido Lácticas tem atraído grande atenção por causa do seu status GRAS (Generally Recognized as Safe), e seu uso potencial como aditivo para a conservação de alimentos. A utilização de substrato com características que forneçam nutrientes necessários porem com reduzido custo, está entre os itens essenciais para produção e uso comercial de bacteriocinas. Portanto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a viabilidade da produção de enterocinas, utilizando soro de leite e água de maceração de milho (milhocina) como substrato em 18 e 24 horas de cultivo. Enterococcus faecium (Efm20, Efm22, Efm24, Efm25) e Enterococcus faecalis (Efs27) foram caracterizados quanto à atividade antimicrobiana de enterocinas presentes no sobrenadante de cultivo livre de células (CFS) contra Listeria innocua CLIP 12612. O caráter proteico da substância antimicrobiana foi confirmado, sendo sua atividade inibitória perdida após o tratamento dos CFS com proteases. Em contrapartida a atividade antimicrobiana dos CFS se manteve termoestável após tratamento com calor (80°C e 100°C) e também quando tratado com catalase, o que confirma que essa atividade do CFS não está relacionada com a ação de H2O2 e ácido láctico (CFS neutralizado com NaOH). Pela contagem de células bacterianas (UFC/mL) dos isolados cultivados nos diferentes meios, observou que houve maior quantidade de UFC em MRS com substratos. A atividade antimicrobiana dos CFS obtido dos meios MRS com substrato em comparação com o MRS foram similares quando em difusão em ágar, porém ao quantificar essa atividade observou maiores valores de unidade arbitrária para os CFS obtidos em meio MRS com milhocina em ambos os tempos avaliados 18 e 24 horas. Em conclusão, constatou-se que os substratos testados apresentam grande potencial para serem aplicados na fabricação de bioconservação de produtos alimentícios.