Modeling travel mode choice under social influence for the brazilian context

Abstract

Busca-se neste trabalho a definição de um modelo comportamental para verificar a existência da influência social na escolha do modo de viagem no contexto brasileiro. Para isso, realizou-se uma pesquisa no campus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília (UnB) com coleta e modelagem logit multinomial de dados sociais e de viagem. Verificou-se, como resultado, a existência da influência social por conformidade na escolha do modo de viagem para a universidade quando se consideram os modos sustentáveis (bicicleta e caminhada) e a carona: a probabilidade de um indivíduo utilizar modos sustentáveis em detrimento do automóvel é 76% maior quando a quantidade de contatos sociais usuários destes modos aumenta em 10%. Para a carona este aumento é de 27%. A consideração da influência social permite a percepção mais abrangente dos fatores relevantes no processo decisório individual, sendo referência para a formulação de políticas públicas de mobilidade, com destaque para aquelas que buscam promover alternativas sustentáveis e compartilhadas.

Hipóteses de influência da relação social, do hábito e da conscientização no comportamento de escolha dos modos de transporte

“…A relação social tem a capacidade de impactar o comportamento considerando que certas pessoas servem como referência para as outras, determinando padrões sociais que "devem ser seguidos", fazendo com que indivíduos realizem seus comportamentos em função da opinião e do comportamento de pessoas conhecidas, de notícias vistas, e da aceitação social (Mota, Taco e Feitosa, 2020). Dessa forma, a relação social se mostra como um mecanismo responsável por repetições de comportamentos de um indivíduo de acordo com seu contexto social, podendo servir como referência para o desenvolvimento de políticas públicas mais assertivas que incorporam a atual dinâmica social, e os padrões de viagens adquiridos pelo desenvolvimento de tecnologias de comunicação e pela difusão de informações, com isso tendo a capacidade de orientar e reajustar a disposição dos indivíduos de realizarem certos comportamentos (Pike e Lubell, 2018;Mota, 2019).…”

“…No Brasil, o uso do automóvel, mesmo sendo algo visto como negativo por causar danos ambientais e sociais, vem crescendo e se solidificando ao longo dos anos e passando de geração para geração. Os aspectos são a relação social, o hábito e a conscientização, interpretados como determinantes que ajudaram a consolidar os comportamentos observados atualmente, mas com potencial para causar mudanças no modo em que as pessoas se deslocam (Donald, Cooper e Conchie, 2014;Cristo e Gunther, 2015;Mota, Taco e Feitosa, 2020).…”