Este artigo buscou investigar se o modelo adaptado de Fama e French com a inclusão do fator Payout (F&F com Payout) permitiria melhor compreensão dos retornos das carteiras de companhias listadas na Brasil, Bolsa, Balcão entre o período de 2004 e 2018 do que o modelo de três fatores de Fama e French. O prêmio pelo fator Payout obtido pela diferença dos retornos entre as companhias que pagaram e aquelas que não pagaram Payout Incremental. Dessa forma, o modelo de quatro fatores é definido pela adição deste fator aos fatores prêmio pelo risco de mercado (RM-RF), prêmio pelo fator tamanho da companhia (SMB), definido pelo valor de mercado do patrimônio líquido, e o prêmio pelo fator Book-to-market (HML), que é um índice definido pela relação valor contábil e valor de mercado do patrimônio líquido. Esse modelo de quatro fatores teve seu poder explicativo testado pelo retorno de doze carteiras criadas a partir da ortogonalização de seus fatores de risco. Os resultados sugerem que o modelo de quatro fatores foi mais eficiente do que o modelo de três fatores em explicar o retorno de oito das carteiras formuladas, com destaque para uma capacidade explicativa de mais de 70% para as carteiras de menor valor (small) que não pagam dividendos e que pagam dividendos incrementais. Portanto assume um papel relevante para as decisões de investimentos em carteiras de ações que possuem distribuição de dividendos extremas. Além disso, o fator Payout foi significativo em nove das doze carteiras. Nas carteiras em que não houve pagamento de dividendos, seu impacto foi negativo, implicando dizer que quanto maior o retorno destas carteiras, menor é a probabilidade de existir um prêmio pelo fator Payout. Por sua vez, para as carteiras que pagaram dividendos mínimos e incrementais, existe relação direta com o retorno das carteias. Isto posto, esta pesquisa corrobora com as teorias da relevância dos dividendos de Lintner (1956) e Gordon (1959), na medida em que o modelo desenvolvido é relevante para os estudos de avaliação de portfólios.