Recebido em 10/12/04; aceito em 3/3/05; publicado na web em 10/8/05 BIOMIMETIC POLYMERS IN ANALYTICAL CHEMISTRY. PART 2: APPLICATIONS OF MIP (MOLECULARLY IMPRINTED POLYMERS) IN THE DEVELOPMENT OF CHEMICAL SENSORS. The aim of this paper is the description of the strategies and advances in the use of MIP in the development of chemical sensors. MIP has been considered an emerging technology, which allows the synthesis of materials that can mimic some highly specific natural receptors such as antibodies and enzymes. In recent years a great number of publications have demonstrated a growth in their use as sensing phases in the construction of sensors . Thus, the MIP technology became very attractive as a promising analytical tool for the development of sensors.Keywords: molecularly imprinted polymers; biomimetic sensors.
INTRODUÇÃOA biomimetização de interações bioquímicas é um dos maiores desafios em várias áreas da ciência. A partir deste ponto de vista, polímeros sintéticos com impressão molecular, mais conhecidos como MIP ("Molecularly Imprinted Polymers") têm atraído considerável atenção na última década, pois aparecem como uma ferramenta promissora para o desenvolvimento de sistemas com reconhecimento biomimético semelhante aos sistemas específicos enzima-substrato e/ou antígeno-anticorpo 1 . As vantagens dos MIP em relação aos materiais biológicos (enzimas e anticorpos) incluem fácil preparo, baixo custo; possibilidade de síntese em situações onde nenhuma biomolécula (receptor ou enzima) se encontra disponível ou quando elas possuem um alto preço e, resistência a ambientes adversos, nos quais biomoléculas naturais não resistiriam, como na presença de ácidos, bases, íons metálicos, solventes orgânicos, altas temperaturas e alta pressão 2,3 . Ainda, os MIP podem ser armazenados a seco em temperatura ambiente por longos períodos de tempo, sem perda do desempenho inicial.Devido aos sítios de ligação dos MIP, que apresentam afinidades e seletividades aproximadas aos dos sistemas anticorpoantígeno, estes materiais são designados como polímeros biomiméticos. Neste sentido, não é surpreendente que exista atualmente uma forte tendência do seu uso como elementos de reconhecimento em sensores biomiméticos, em face da grande seletividade e sensibilidade inerentes às interações anticorpo-antígeno ou enzima-substrato.Os MIP são obtidos por polimerização na presença de uma molécula molde a ser impressa, de tal forma que um esqueleto polimérico é formado ao redor do futuro analito ou de uma molé-cula com estrutura análoga. Após a polimerização a molécula que foi impressa é removida por dissolução ou evaporação (quando são analitos voláteis), revelando sítios de ligação (cavidades) que são complementares em forma e tamanho do analito (Figura 1). Com esta estratégia, o resultado é uma "memória" molecular no polímero, que é apropriada para que ocorra um processo de inclusão reversí-vel e um enriquecimento seletivo do analito. A primeira etapa da síntese consiste em misturar o monômero contendo grupos funcionais complementares àq...