Morinda citrifolia: fatos e riscos sobre o uso do noni

Abstract

Morinda citrifolia L. (Rubiaceae), popularmente conhecida como noni, é amplamente utilizada na Polinésia e no Havaí, para tratamento de diversas patologias, como: dislipidemia, diabetes, câncer, hipertensão, cicatrização, dentre outras. Atualmente, observa-se também o uso exacerbado no Brasil, especialmente na região Nordeste, onde a planta se adaptou bem. Porém, ainda não há certeza da sua eficácia, e muitas pesquisas sobre a ação terapêutica do noni estão em desenvolvimento, embora os resultados sejam bastante controversos. O que torna o noni uma planta diferenciada e que requer atenção especial é seu potencial hepatotóxico. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) fundamenta a sua recomendação de não utilizar o noni, também, com base em relatos de toxicidade em humanos. Este trabalho é uma revisão da literatura, com objetivo de avaliar o potencial terapêutico desta planta de acordo com os estudos já desenvolvidos. Dessa forma, é possível realizar uma análise crítica do uso irracional desta planta e contribuir com a divulgação de possíveis riscos à saúde.

Extratos Bioativos a Partir Das Cascas De Noni

“…Os pesquisadores também destacam a presença de 6-metoxi-7hidroxicumarina, chamada de escopoletina, metabólito de ocorrência em diversas famílias vegetais. Essa cumarina é relevante porque promissoras atividades biológicas já foram reportadas, tais como: antiangiogênica, hepatoprotetora, antioxidante, espasmolítica e antiproliferativa em câncer de próstata humano (BARBOSA et al, 2017).…”

“…Diferentes mecanismos de ação in vitro e in vivo já foram propostos, dentre eles a inibição do ciclo celular e a indução de apoptose em células de câncer bucal e de mama e, também, a inibição da expressão de ciclinas D1. Algumas tirosinas quinases inibidas pelo damnacanthal estão relacionadas com a angiogênese (BARBOSA et al, 2017). Costa et al (2013) avaliaram os teores de fenólicos totais em polpa, casca e sementes de noni utilizando água, acetona e methanol.…”

“…Em um informe técnico n° 25 de maio de 2007, a vigilância sanitária levanta dúvidas sobre a segurança dos produtos derivados do noni e proíbe a sua comercialização como alimento até que haja evidências científicas que assegurem sua segurança de uso (BRASIL, 2007). Fora do Brasil o noni é visto como alimento, reconhecendo-se que ele apresenta algumas atividades farmacológicas, quando comparado a outros sucos, segundo o Scientific Committee on Food (BARBOSA et al, 2017). No Havaí por exemplo, o noni é a segunda espécie mais consumida pela população.…”

Preclinical Study of Morinda Citrifolia Linn Concentration and Usage Time and its Liver and Renal Toxicity

“…Morinda Citrifolia Linn, a fruit belonging to the Rubiaceae family, native to Southeast Asia (Indonesia) and Australia, also known as Ba Ji Tian, Nonu, Indian Mulberry, Canary wood, popularly known as Noni, is widely used for treatment of several diseases and gradually became prominence by its numerous medical benefits reported [1,2] . It is an ovoid-shaped fruit, succulent and contains many triangular seeds of reddish coloration [3] and have 160 different phytochemicals.…”

“…Among its compounds, anthraquinones (damnacanthal, morindona, morindine) are notable because may have action in several cellular and molecular factors resulting in their various therapeutic outcomes [7] . However, despite its popular use for more than 2000 years in Asia, few studies have been able to showed effectively its real therapeutic benefits such as antimicrobial, analgesic [8] , anti-inflammatory [8] , antidiabetic [7,8] , anticancer, antioxidant, immunostimulant activity, healing [2,5] and anti-angiogenic activity [2] . Meanwhile, even by popular reports and scientific literature review describing its benefits, studies have revealed that fruit consumption may be related to hepatotoxicity and nephrotoxicity cases, requiring caution in its use [9] .…”