Introdução: O presente estudo apresenta uma grave questão de saúde pública em Luanda, Angola, relacionada com situações de internamento e morte de recém- nascidos por onfalite que o país enfrenta. Objetivos: descrever a realidade de um hospital público geral na cidade de Luanda, relativamente a este problema; identificar as principais causas de onfalites no contexto Angolano; descrever os cuidados corretos com o coto umbilical; evidenciar as implicações sociais, culturais e de saúde nos cuidados ao recém-nascido. Método: estudo descritivo, exploratório e transversal. Foram analisados os processos de internamento de um serviço de pediatria de um hospital público com situações de internamento por onfalite, entre janeiro de 2017 e junho de 2018. Resultados: no período em estudo, foram analisados 182 processos de internamento neste hospital com registos de onfalites no recém-nascido. Destes internamentos, 26 culminaram em óbito. Dos 156 recém-nascidos internados, 153 tiveram alta para o domicílio, 2 tiveram transferência para o hospital pediátrico e houve um registo de fuga. Conclusão: os resultados obtidos demonstram que as mães e os recém-nascidos angolanos permanecem vulneráveis no que se refere aos cuidados ao coto umbilical, o que se traduz pelo elevado número de onfalites registadas. Torna-se, assim, prioritária a formação dos profissionais de saúde nesse domínio, de modo a que as intervenções sejam efetivas e de qualidade, no sentido de diminuir este flagelo de saúde pública neste país.