Este texto tem por objetivo apresentar uma reflexão sobre a singularidade da pesquisa com criança e as relações que estabelecemos com nossos interlocutores, tendo como referência uma tese de doutorado em Educação, defendida em 2019, em uma Universidade Pública Federal do nordeste brasileiro, que investigou sobre o brincar de crianças em tempos de tecnologias digitais móveis. Para as opções metodológicas que embasaram os caminhos da Pesquisa com crianças, desenvolvolvemos o estudo com dois grupos de brincantes, formados por uma criança de quatro anos e outra de cinco anos e seus pares, no espaço privado/familiar. Para as relações que estabelecemos com nossos interlocutores adotamos os Estudos da Infância, realizados no campo da Sociologia da Infância (CORSARO, 2011; SARMENTO, 2003, 2004, 2007, 2008; SARMENTO; PINTO, 1997; SIROTA, 2011; PINTO, 1997; QUINTEIRO, 2009). Como resultado concluimos que na Pesquisa com crianças pequenas, é preciso pensar na postura do pesquisador na relação com a criança. Essa postura, precisa ser entendida tendo como princípio o lugar de alteridade experimentado por pesquisadores adultos e crianças no decorrer de todo o seu processo de pesquisar.