As pesquisas que originaram este artigo contaram com apoio do CNPq e da Pró-Reitoria de Pesquisa da Unicamp, via PIBIC/Unicamp. Adota-se como convenção que todas as categorias êmicas, sejam oriundas do vocabulário do movimento, das políticas públicas ou de gays, lésbicas, bissexuais, travestis ou transexuais entrevistados para pesquisas específicas, serão grafadas em itálico. As aspas são reservadas para citações diretas no corpo do texto, conceitos e categorias aproximativas utilizadas pelos autores. Agradecemos às sugestões de Isadora Lins França a este trabalho. 1 O que se convencionou chamar de movimento LGBT nos dias de hoje, ou seja, o movimento político em torno dos direitos de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais, teve seu início no Brasil no final da década de 1970 com a criação do grupo Somos (MACRAE, 1990; SIMÕES; FACCHINI, 2009). Desde então, o Movimento LGBT se tornou um dos movimentos sociais mais visíveis no cenário político brasileiro. Como sinais dessa visibilidade, temos a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, considerada a maior manifestação desse tipo no mundo, mas também a inserção das demandas de LGBT na agenda política nacional, marcada especialmente pelo lançamento do Programa Brasil Sem Homofobia, em 2004 (FACCHINI; FRANÇA, 2009). 2 No âmbito do desenvolvimento de políticas públicas para LGBT, é digna de nota a organização e a realização das Conferências Nacionais de Políticas para LGBT. A primeira Conferência Nacional de Políticas para LGBT foi aberta na noite do dia 5 de junho de 2008, pelo Presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (FACCHINI; FRANÇA, 2009). A segunda foi realizada entre os dias 15 e 18 de dezembro de 2011 na capital do país.