Mulher macho, não senhor!

Abstract

Com o objetivo de analisar a percepção das gestoras e seus pares no tocante às características de um modelo de gestor e como o gênero se associa a esse modelo, o estudo busca discutir junto à teoria se o modelo de gestão feminino é impeditivo para altos cargos de gestão. Sendo assim, abordou-se no referencial teórico o conceito de gestão organizacional e estudos atuais sobre a gestão feminina. Enquadrado como estudo de caso, este trabalho se caracteriza como uma pesquisa de abordagem qualitativa e descritiva, com a coleta de dados feita através de roteiros semiestruturado de entrevistas e análise dedutiva-verificatória-objetiva, configurando-se como análise de conteúdo. Quanto às limitações, elenca-se a rotina corrida dos gestores resultando em entrevistas curtas, como também a quantidade de gestores disponíveis na organização refletindo em um número restrito de entrevistas.

Os Custos do Assédio Moral e Sexual para as Carreiras Corporativas de Mulheres

“…Sobre a carreira de mulheres, no passado, seu desafio era conseguir sair da exclusividade da esfera doméstica e ingressar no ambiente profissional. Já no presente, elas encontram barreiras no mercado de trabalho e precisam enfrentá-las para alcançar sua ascensão profissional (Lima, Silva & Bezerra, 2020;Nardes, Gallon & Rech, 2020). Por isso, segundo Higa (2016), o direito do trabalho carrega resquícios da discriminação de gênero, relacionada com a concepção de divisão do trabalho definida pelo patriarcado.…”

“…Ela relata o forte impacto emocional causado e a necessidade de uso de medicamentos agressivos por anos: Eu fui isolada de todos os outros funcionários, não podia participar de nenhuma confraternização, não poderia ter nenhum amigo, era constantemente ameaçada, gritavam comigo, me humilhavam, eu fazia horas extras e não era paga, meus horários eram diferentes dos outros [...] tinha dias que eu entrava às 8 da manhã saía às 5 da manhã e nem dormia, tomava faixa preta todo dia, comecei com 2 ml, subiu para 3 ml e quando vi estava no 5 ml, tentei suicídio, só chorava, era uma vida totalmente infeliz, que aguentei por 17 anos. (Diana) Tais comportamentos demonstram o incômodo das figuras masculinas ao perceberem o pertencimento das mulheres nos ambientes corporativos, agora não mais unicamente preenchidos por homens, gerando uma comparação diária com o modelo masculino de trabalho, tido como ideal para o mercado (Lima, Silva & Bezerra, 2020;Nardes, Gallon & Rech, 2020).…”

Mães em home office:

“…Nesse sentido, Siqueira, Silva, Pereira, Guimarães Filho e Silva (2020) alertam que, dados o impulso e a desigualdade de gênero no contexto de pandemia, é preciso resgatar o princípio de isonomia, considerando uma melhor distribuição de ônus e recompensas, de modo que as mulheres consigam acesso a deliberações de poder que impactam as estruturas sociais, lembrando que gênero consiste em uma construção sócio-histórica que cria e aponta justificativas para a legitimação da desigualdade (Barros & Mourão, 2018). Essa desigualdade está representada pela jornada dupla de trabalho das mulheres que se dá no mercado de trabalho e no cuidado da casa e da família (Lima, Silva, & Bezerra, 2020).…”

Influência Da Adoção De Estratégias Durante A Pandemia Da Covid-19 No Desempenho Financeiro De Mpe’s Gerenciadas Por Mulheres

“…A gestão feminina apresenta características notáveis, como cautela, percepção aguçada, facilidade de autocontrole, humanização das relações, fragilidade, afetividade, paciência e flexibilidade no ambiente de trabalho. Tais características são determinantes para que mulheres conquistem um espaço de destaque nas organizações (Kanan, 2010;Bueno, Domingues, Bueno, 2016;Lima, Silva & Bezerra, 2020).…”