Mulheres à esquerda e à direita: carreiras políticas e partidos políticos

Abstract

ResumoO objetivo do artigo é identificar os perfis socioeconômicos e políticos das deputadas federais eleitas em 2014. Pretende-se responder às seguintes questões: Quais os partidos que conseguiram eleger mulheres? Existem diferenças significativas quando considerados o espectro ideológico? Como se deu a distribuição destas parlamentares nas Unidades Federativas? Qual o perfil das eleitas em relação à escolaridade, idade e profissão? De que forma o tempo de filiação partidária se relaciona às mulheres dos diferentes partidos? Possuir relações de parentesco com políticos estabelecidos é uma característica importante neste grupo? Nossa hipótese principal corrobora a tese já consagrada na literatura de que os parlamentares de partidos de esquerda percorrem uma trajetória longeva dentro de um mesmo partido, e que para conquistar um cargo eletivo como de deputado federal, estes políticos passam antes por outros cargos, tais como vereadores, deputados estaduais e, por vezes, prefeitos (SANTOS E SIERNA, 2007;MIGUEL, 2003). Por outro lado, nos partidos de centro e direita é possível observar a utilização de atalhos, tais como capital político acumulado por outros indivíduos e compartilhado mediante relações de parentesco, de modo que a conquista do cargo ocorre de maneira precoce.

Women in politics in Brazil: inclusion and political capital of female federal deputies

“…Examining the ideological spectrum based on Bolognesi et al's (2022) classification, it becomes evident that the three deputies with family ties lean more towards the right. This finding aligns with the research by Resende and Epitácio (2017) and Silva et al (2023), which suggests that left-wing deputies generally have less reliance on family capital in their political trajectories. Additionally, the three deputies with family capital already possess political experience, affirming its prevalence among seasoned candidates (Miguel et al, 2021).…”