Mulheres rurais e as lutas pela água na América Latina

Abstract

Temporalis, Brasília (DF), ano 15, n. 30, jul./dez. 2015.res cuidam do abastecimento, porém não participam dos espaços decisórios. A apropriação privada das águas e a acentuada destruição dos mananciais hídricos são os principais responsáveis pelo cenário de indisponibilidade hídrica nos contextos rurais. As principais lutas são contra a privatização das águas, falta de políticas hídricas que atendam as reivindicações das populações rurais, especialmente, das mulheres camponesas, negras e indígenas. ABSTRACTThis article deals with the struggles of rural women in Latin America around the water and aims to analyze the place of women regarding access, management and participation in decision-making spaces of the water policies of their countries. It was analyzed the Latin American Campaign "Water is Life and law" held by the Latin American and Caribbean Network of Rural Women. The article's premise is that the unequal distribution of natural resources in the field is related to the operating systems -class domination, gender, race and ethnicity among others. The results show that women take care of supply, but not participate in decision-making spaces. The private waters ownership and the severe destruction of watersheds are primarily responsible for water outage scenario in rural contexts. The main fights are against the water privatization, lack of water policies that meet the demands of rural populations, especially the peasant, black and indigenous women.

Gênero e água: uma Leitura sobre as Políticas no Semiárido e a Inclusão Feminina

“…Incorporação da perspectiva de gênero Malvezzi, 2007;Ivens, 2008;Soares, 2009;Cordeiro et al, 2012;Aleixo et al, 2016 Sociedade patriarcal e papéis de gênero Chacon, 2007;Moraes e Perkins, 2007;Sales, 2007;Andrade e Queiroz, 2009;Costa et al, 2014 Participação nos processos decisórios Moraes e Perkins, 2007;Melo, 2002;Hora et al, 2015Educação Moraes e Perkins, 2007Lisboa e Lusa, 2010;Cordeiro et al, 2015 Acesso e controle sobre a propriedade da terra Butto e Hora, 2008;Lisboa e Lusa, 2010;Cordeiro et al, 2012 Fonte: Elaborada pela autora com base em CHACON, 2007;MALVEZZI (2007) Apesar dos desafios para a igualdade de gênero nas políticas, Pontes (2013) afirma que é necessário reconhecer a mulher como agente do espaço público pelo seu papel na luta pela água, terra e pelo acesso em programas que visam o desenvolvimento rural.Ao comparar com outros países designadamente em vias de desenvolvimento, o Brasil ainda apresenta muitos espaços de debate majoritariamente masculinos para a discussão e desenho de políticas (LEITE, 2010). Novas políticas surgem como um horizonte para as mudanças na gestão hídrica com a inclusão feminina, mas ainda há muito trabalho pela frente (HORA et al, 2015).…”

“…Novas políticas surgem como um horizonte para as mudanças na gestão hídrica com a inclusão feminina, mas ainda há muito trabalho pela frente (HORA et al, 2015). O estudo de Cordeiro et al (2015) afirma a existência de instrumentos para a participação feminina, mas que ainda não garantem a sua integração e envolvimento nos espaços de decisão.…”

Escassez hídrica: estudo de caso em uma comunidade rural do pantanal mato-grossense

“…Além de representar uma sobrecarga no trabalho, esta situação expõe a comunidade a problemas de saúde por doenças relacionadas ao consumo de água de má qualidade, e quando a distância para a fonte de água é superior a 30 minutos, coleta-se um volume menor do que o estimado para as necessidades domésticas, o que compromete a higiene e resultam no aparecimento de doenças (CORDEIRO et al, 2015).…”

Entre o solo e a terra

“…A associação entre terra, em um sentido amplo, e mulheres como objetos de pesquisa parece ainda menos explorada do que outras associações, como, por exemplo, entre mulheres e sementes (MMC, 2007;LIMA, 2014), águas (SHIVA, 2004;CORDEIRO et al, 2015) e biodiversidade (MIES e SHIVA, 1998). Mais frequente, os trabalhos sobre feminismo no campo trazem a relação das mulheres com a terra no sentido de território, de acesso a uma propriedade, como nos trabalhos de Deere e León (2001) e Claudia Korol (2016).…”