A água é um recurso de grande importância para o desenvolvimento e sobrevivência humana, porém a problemática referente à sua quantidade e qualidade representa motivo de preocupação mundial. O objetivo deste estudo foi apresentar a situação das famílias que sofrem com a escassez hídrica, por meio do relato das mulheres que residem no Assentamento Laranjeira I, situado na borda do Pantanal de Cáceres – MT. À coleta de dados adotou-se abordagem qualitativa descritiva, de caráter exploratório e como método de pesquisa optou-se pelo estudo de caso com a utilização de questionário estruturado, entrevista semiestruturada proposta por Kaufmann, rodas de conversa e registros em diário de campo. A amostra reuniu 20 famílias. No que diz respeito ao abastecimento de água 70% das famílias tem como fonte de água principal as minas (nascentes) que são obtidas por meio de gravidade, bombas, baldes e outros recipientes. Todas as famílias entrevistadas alegaram recorrer às fontes alternativas como as nascentes para a coleta de água para o consumo humano e armazenar a água em galões e garrafas pet. Através das falas foi possível constatar que pouco se avançou no processo de obtenção de água, no entanto algumas famílias conseguiram adquirir água em seus lotes através da perfuração de poços. As familiais utilizam moto, carro, bicicleta como meio de locomoção para a coleta de água. No Assentamento Laranjeiras I também foi constatado que muitas famílias por vezes ansiaram pelo desejo de ir embora do assentamento devido a problemática da falta de água. Foram observados também conflitos entre os moradores do assentamento relacionado ao uso da água, onde famílias disputam por minas e lançam mão de estratégias como a instalação de diversos encanamentos que levam a água às residências. Foi possível identificar também que as famílias adotaram medidas de adaptação para superar a falta de água como a coleta e captação da água da chuva. Por fim, esta realidade da comunidade estudada evidencia a necessidade de transformações estruturais e ações que visam ampliar o acesso aos sistemas de abastecimento de água. Atender aos excluídos do acesso demanda reconhecer a situação de alta vulnerabilidade na qual essa parcela da população está inserida e considerar as múltiplas dimensões e a diversidade de desafios para a efetividade de ações setoriais, como são as intervenções em abastecimento de água para consumo humano.
O presente texto resulta da investigação acerca dos objetivos e orientações da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), publicados na década da educação, 1997-2007, para a proteção do direito à infância e à adolescência. Nosso objeto é o papel da Unesco como agência de intervenção internacional nas políticas educacionais no Brasil na garantia da proteção ao direito à infância e à adolescência. O objetivo do estudo foi analisar a profusão de valores oferecidos por meio de programas e documentos. No Brasil existem ações na orientação legal que pretendem, principalmente, agir sobre dificuldades de a população viver plenamente os seus direitos. Enfrentam, no fim do século XX e início do século XXI, a prática cruel do trabalho infantil, o qual é tema discutido no mundo inteiro pelas agências internacionais vinculadas à Organização das Nações Unidas (ONU). Nosso estudo vem ratificar que o trabalho infantil e/ou precoce, independentemente dessas ações, foi e tem sido historicamente formador de diversos tipos de crianças, trazendo graves consequências para o desenvolvimento humano. O processo de desenvolvimento humano é roubado no processo de exploração do trabalho infantil. No entanto, para essa parte da população, o trabalho tem roubado a infância, o tempo de aprendizado, o convívio familiar e o descanso, além de trazer consequências como a evasão escolar, o analfabetismo e a repetência.
A crise socioambiental configurou-se mundialmente em meados do século XX devido à consolidação da sociedade urbano-industrial e dos avanços da ciência moderna, pautada pela racionalidade técnico-científica instrumentalizada aplicada para atender o modelo antropocêntrico de dominação da natureza para expansão capitalista. Essa crise global manifesta-se localmente no território centro-norte no estado de Mato Grosso a partir da expansão do capitalismo, a qual tomou forma, em especial na década de 1970, por meio das políticas desenvolvimentistas de integração nacional à Amazônia. A ocupação do espaço – por meio da colonização público-privada que atraiu o interesse de grandes grupos nacionais e internacionais –modificou a dinâmica territorial, movimentação de fauna e flora e também das populações seja das preexistentes no território, seja das populações migrantes em suas diferentes situações. Tal processo ocorreu de modo rápido e intenso, gerando desequilíbrios socioambientais na terra, na água, no ar, na biodiversidade e nas culturas preexistentes no território devido à inserção da Amazônia Legal – como região funcional – no contexto do capitalismo globalmente estruturado, perpetuando localmente os efeitos da crise socioambiental global. Dessa forma, o artigo em questão objetiva compreender como a Educação Ambiental no encontro com o diálogo de saberes e culturas pode produzir uma racionalidade socioambiental na região centro-norte mato-grossense. Por meio de revisão bibliográfica, o estudo revelou que, embora exista uma fragilidade das práticas de Educação Ambiental e/ou adoção de atividades pontuais e não contextualizadas – o que não explicita as relações mercantilizadoras e insustentáveis existentes no modelo de sociedade vigente – quando trabalhado de forma crítica e dialógica, tal modelo promove a compreensão ampliada das relações complexas entre sociedade e natureza. Ademais, a Educação Ambiental no encontro com o diálogo de saberes científicos com os saberes culturalmente construídos por populações tradicionais (indígenas e não indígenas), os quais coevoluem com a natureza, possibilita a construção da racionalidade socioambiental que subsidia uma compreensão que aproxima as ciências da vida, da natureza e da sociedade e é pautada em princípios éticos, democráticos, justos e ecologicamente sustentáveis.
Este artigo tem como objetivo analisar as relações entre o Estado e as políticas neoliberais que propiciam os encontros e desencontros na implementação de políticas públicas para Educação do Campo no Paraná, a partir da década de 1990. Tal análise está fundamentada na pesquisa bibliográfica e documental, e amparada nos fundamentos teóricos e metodológicos do materialismo histórico, uma vez que o objeto de estudo desse trabalho está situado no âmbito da luta de classes, característica da sociedade capitalista. Tornou-se relevante organizar o texto compreendendo o Estado capitalista em articulação com as políticas neoliberais e que se torna mínimo para o social e máximo no compromisso com os interesses do capital, consolidando projetos de reformas estruturais no Estado brasileiro e na educação a partir de 1990, os quais lançaram bases para que o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra - MST tivessem relações consensuais e contraditórias com o Estado para o fomento de políticas públicas para a Educação do Campo no Paraná. As políticas educacionais neoliberais atendem os educandos/as por meio de políticas sociais compensatórias, projetando ao campo brasileiro uma proposta mercadológica pautada no agronegócio que é umas das formas mais predatórias que expropria os sujeitos do campo de seus espaços de vida e cultura. Contudo, ao mesmo tempo, que o capital tem se apropriado, ainda mais, do contexto campesino, tem se constituído uma agenda de lutas por superação desse embate entre capital e trabalho protagonizados pelo MST no Brasil e no Estado do Paraná.
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