As políticas públicas precisaram ser revistas e ampliadas para oferecer atenção integral à saúde das mulheres, visto que gênero é uma construção social, dinâmica, relacional e que mulheres não compõem um grupo homogêneo, assim, a consideração de fatores que impactam de diferentes formas o acesso à saúde faz-se essencial para esta análise. O presente artigo objetiva tratar dos avanços e desafios, nos últimos 20 anos, das políticas públicas relacionadas à saúde da mulher no Brasil. Para isto, realizou-se uma revisão exploratória integrativa de literatura. Utilizou-se a estratégia PICO (Patient, Intervention, Comparation e Outcome) para definição da pergunta norteadora do estudo. Realizou-se um levantamento bibliográfico de artigos, publicados entre 2017-2022, que contemplassem ao tema da pesquisa. A discussão de políticas públicas relacionadas à saúde da mulher requer a compreensão da Teoria Social de Gênero e como as estruturas sociais de poder influenciam nos processos de saúde e adoecimento. Apesar da criação de leis específicas, há ausência de diálogo acerca das desigualdades e escassa participação da mulher nos espaços políticos decisórios, o que ocasiona obstáculos. Em vinte anos, mesmo com reconhecidos avanços em relação às políticas públicas dedicadas às mulheres no Brasil, há ainda um longo caminho no enfrentamento de desigualdades para contemplar, de maneira integral, uma população tão diversa em todo o seu ciclo de vida.