“…De outro, porém, tem resultado em movimentos de resistência com a ressignificação positiva desta mesma identidade, conforme ilustrado, pela referida autora, no contexto do acesso ao ensino superior e das oportunidades ali desenvolvidas.Em termos das dimensões focalizadas nas experiências curriculares, uma delas refere-se às formas pelas quais as identidades coletivas plurais são trazidas, seja por meio de suas narrativas e estratégias de resiliência e empoderamento, e/ou pela articulação dessa dimensão à própria produção de conhecimento em áreas educacionais e pedagógicas (incluindo temas e estratégias de aprendizagem a serem desenvolvidas).Lopes, Oliveira & Oliveira (2018), por exemplo, enfatizam que as questões relacionadas às diferenças estão na escola, assim como permeiam as próprias estruturas das políticas curriculares e dos discursos pedagógicos, disciplinares, midiáticos, políticos, sociais, religiosos e familiares, sendo o currículo espaço privilegiado de construção, de reprodução ou de tensionamento, resistência e deslocamento de modelos dominantes que silenciam identidades e perpetuam desigualdades. Ainda nesta dimensão,Maciel & Garcia (2018), desenvolveram pesquisa a partir de histórias orais de professoras lésbicas, analisando como o meio discursivo/cultural dos discursos da lesbianidadenos quais a estabilidade da estrutura binária do sexo é subvertida, as categorias das identidades são abertas e a política da identidade sexual é compreendida como produção política e cultural possibilita o protagonismo de experiências e pedagogias próprias dessas professoras, com implicações curriculares.Ao mesmo tempo, as experiências curriculares que se desenvolvem a partir de temáticas multiculturalmente orientadas, focalizadas sobre histórias de vida e perspectivas de identidades culturais marginalizadas, tais como identidades étnicoraciais, podem ser imbricadas com o que temos denominado de temáticas mais convencionais ligadas a áreas curriculares escolares e pedagógicas, na formação docente(Ivenicki, 2018). Isto porque, para além do foco sobre identidades, ilustrado anteriormente, a questão do conhecimento é outro aspecto relevante na área curricular.…”